Queremos viver sem precisar defender a necessidade de sermos respeitadas, diz Liana Cirne
A vereadora iniciou seu discurso fazendo uma observação sobre a sensação de fadiga relatada por mulheres que se engajam no enfrentamento à violência e por mudanças sociais, como as servidoras que compõem o seu mandato. “Cansa nós virmos à tribuna todos os dias denunciar o feminicídio, o transfeminicídio, o lesbocídio, o estupro e o fenômeno chamado estupro corretivo. Então, em um dia como hoje, o sentimento que me traz à tribuna é de muita tristeza e, sobretudo, cansaço”.
As desigualdades enfrentadas nos espaços políticos institucionais também foram analisadas por Cirne no pronunciamento. “Eu me sinto muito privilegiada nesta Casa porque quase sempre sou ouvida. Ser ouvida numa Casa Legislativa quando somos mulheres é muito raro. Normalmente, somos silenciadas e desrespeitadas. E é por isso que se cunhou a expressão ‘violência política de gênero’, cada vez mais em voga”, disse. “Para ocuparmos esse espaço é tão difícil. Fazemos a campanha lavando a roupa, limpando a casa, lavando a louça, criando os nossos filhos. E trabalhando muito mais, porque conseguir um voto é mais difícil. A gente tem menos dinheiro, menos apoio”.
Em 08.03.2022