Dani Portela defende CAPs, pede justiça para Heloisa Gabrielle e elogia Câmara

A vereadora Dani Portela (PSOL) fez a defesa do reforço do financiamento público para os Centros de Atendimento Psicossociais (CAPs) e pediu justiça para a menina Heloisa Gabrielle, que morreu quarta-feira, dia 30 de março, após ser baleada, em Porto de Galinhas, Ipojuca, Região Metropolitana do Recife. Em discurso realizado na reunião plenária híbrida da Câmara Municipal do Recife, na manhã desta segunda-feira (04), ela também elogiou a iniciativa da Casa de José Mariano de adotar, a partir de hoje, nas reuniões, a interpretação na Língua Brasileira de Sinais, Libras, usada pela comunidade de surdos.

“Hoje é um dia histórico para esta Casa, pois é a primeira reunião com intérpretes de libras. Parabenizo a todos que viabilizaram essa acessibilidade comunicacional, sobretudo o presidente da Câmara, vereador Romerinho Jatobá (PSB), e primeiro-secretário, vereador Eriberto Rafael (PP), pela iniciativa. Mas, parabenizo, também, o vereador Ivan Moraes (PSOL), que desde o início de seu mandato, insiste na adoção da interpretação em libras. Mais do que nunca, entendo que inclusão é atitude”, analisou.

Em seguida, Dani Portela se dirigiu aos trabalhadores dos CAPs que ocuparam as galerias do plenário durante a reunião. “Quero aproveitar este momento para saudar o controle social feito pela rede de proteção social. Eu defendo a opinião que de o CAPs é vida. Precisamos falar com transparência sobre as comunidades terapêuticas e se colocar contrário ao absurdo de financiamento público que o Governo federal dá a essas comunidades. Ao mesmo tempo, precisamos reforçar a necessidade de financiamento dos CAPs”.

Outro assunto abordado pela vereadora foi a morte da menina Heloisa Gabrielle, baleada após um suposto tiroteio entre policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e suspeitos de tráfico de drogas em Porto de Galinhas. “Eu estive com outros parlamentares, sexta-feira, em Porto de Galinhas. Lá, nós ouvimos da própria população que não houve tiroteio. Heloisa, na verdade, foi executada, enquanto andava de bicicletas, na frente da casa da avó”. Ela disse que a menina ganhou a bicicleta há menos de um mês, quando fez aniversário. Dani Portela também assegurou que o pai de Heloisa teve uma arma apontada para sua cabeça, quando saiu da casa, às pressas, ao ouvir os tiros que matou a filha.

Ela afirmou que ficou chocada quando chegou a Porto de Galinhas, em conjunto com os demais parlamentares e demais representantes de entidades da sociedade civil, e viu que havia uma grande quantidade de policiais nas ruas. “Durante o velório da menina, numa igreja evangélica, um helicóptero sobrevoava Porto de Galinhas”, contou. A vereadora observou que enquanto os hotéis e resorts da região têm a segurança garantida para os turistas, a população local está exposta à violência “Precisamos saber de onde partiu o tiro que matou Heloisa. Peço justiça para ela. Queremos um debate sério sobre a violência, que não seja a lógica da guerra”.


Em 04.04.2022.