Dilson Batista critica ações de comandantes da Polícia Militar

O vereador Dilson Batista (Avante) chamou a atenção para ações arbitrárias que afirma serem promovidas por comandantes de batalhões da Polícia Militar de Pernambuco, dentro de quartéis. Durante a reunião plenária da Câmara do Recife, desta terça-feira (19), ele disse que costuma receber denúncias de situações em que os policiais são forçados a cometer crimes.

Na tribuna da Casa de José Mariano, o parlamentar  reforçou conhecer bem a Polícia Militar onde atuou por 16 anos. Em seguida explicou  ter recebido um áudio em seu WhatsApp, com uma denúncia sobre o comando do 24º Batalhão, localizado em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste pernambucano.

Dilson Batista afirmou que é exigido pelo comandante "que a tropa confeccione flagrantes que conduzam pessoas à delegacia, determinando a quantidade mínima que o policial, que a viatura deve conduzir de cidadãos para a delegacia. Porque é uma necessidade do Batalhão que se produza números".

Ele ressaltou que era preciso que a sociedade entenda de onde saem os abusos comumente praticados por policiais. "Por que isso acontece? Porque o profissional de segurança pública sai de dentro do quartel sofrendo abuso, com exigências que são totalmente de encontro às leis, para praticar abuso na rua, o abuso de autoridade que é determinado", lamentou.

Em seguida, o vereador afirmou que entende "que o policial não deve cumprir ordem absurda". No entanto, disse que caso  não se cumpra as tais ordens, o policial enfrentará problemas. "Será que consegue voltar pra casa em paz?", perguntou. Em resposta, lembrou que ele mesmo foi punido recentemente, pela Polícia Militar, com 30 dias de prisão "por defender que comandantes não deveriam perseguir policiais militares dentro dos quartéis".

A razão da punição teria sido um áudio gravado pelo parlamentar em que afirma que "dentro dos quartéis existiam marginais travestidos de oficiais". Segundo ele, sua punição ocorreu mesmo o Ministério Público entendendo que as suas palavras não se configuraram em crime.

 

Em 19.04.2022