Liana Cirne lista escândalos de corrupção relacionados ao governo Bolsonaro

Caso Covaxin, orçamento secreto, propinas no Ministério da Educação, exonerações de delegados e decretações de sigilo sobre gastos e informações do Planalto. Esses foram alguns dos problemas apontados pela vereadora Liana Cirne (PT) nesta segunda-feira (25), na tribuna da Câmara do Recife, sobre a gestão da coisa pública pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a reunião plenária, a parlamentar disse que, além de acumular escândalos, o presidente da República trabalha com um método de “silenciar e exonerar” para evitar responsabilizações.

Sobre o Caso Covaxin, Cirne lembrou que um esquema, que não chegou a ser concretizado, estipulava “uma propina por dose de US$ 1, e mais de 1000% de acréscimo sobre o valor da vacina no preço de mercado, enquanto deixava de responder a e-mails da Pfizer [fabricante da vacina BioNTech-Pfizer]”.

A vereadora também mencionou dados do impacto do orçamento secreto, um esquema de destinação sigilosa de verbas que se utiliza das chamadas “emendas do relator” para a compra de apoio político no Congresso. “Dinheiro pago com nossos impostos não pode ser secreto. Só em 2021, o orçamento secreto foi de R$ 3 bilhões para a compra do Centrão, com o qual Bolsonaro passou a campanha dizendo que não queria negociar. É para esse Centrão, do PL, Progressistas e Republicanos, que o orçamento secreto vai”.

Além de lembrar da cobrança de propina em ouro para a liberação de verbas no Ministério da Educação e da decretação de sigilos sobre temas como compra da vacina, gastos de cartão corporativo, e acesso dos filhos do presidente ao Planalto, Liana Cirne também mencionou punições dadas a investigadores dos casos que apontam para a existência de desvios. “Delegada do caso [do blogueiro bolsonarista investigado por disseminação de informações falsas] Allan dos Santos: exonerada. Delegado que investigou o [ex-ministro do Meio Ambiente] Salles: exonerado. Delegado que investigou [o filho do presidente intimado a depor em inquérito sobre tráfico de influência] Jair Renan Bolsonaro: afastado. Diretor da Polícia Federal do caso [do ex-assessor parlamentar investigado por operação de esquema de “rachadinhas”] Queiroz: afastado. Diretor da PF do caso Flávio Bolsonaro: exonerado”.

A petista não deixou de fazer um contraponto com as acusações de envolvimento com casos de corrupção sofridas pelo seu partido. “É uma crítica muito comum na base da direita, que infelizmente tem tendências de expressar opiniões como se fossem fatos, e tratar fatos como se fossem opiniões. Isso foi corroborado por uma parte da imprensa que não tem apego à informação fundada na verdade”, afirmou. “O legado do PT no combate à corrupção foi criar a Controladoria-Geral da União, o maior e mais importante órgão de combate e investigação da corrupção da história do Brasil”.

Em 25.04.2022