Osmar Ricardo se manifesta contra voto de repúdio a vereador

Repudiar a “incitação, realizada pelo vereador Ivan Moraes (PSOL), à legalização da maconha por meio de outdoors espalhados na cidade do Recife”. Esse é o teor do requerimento nº 4514/2022, rejeitado pela Câmara Municipal nesta segunda-feira (25), e que foi alvo de críticas do vereador Osmar Ricardo (PT) na tribuna. Durante a discussão do texto na reunião plenária, o parlamentar afirmou que o voto de repúdio tem cunho “eleitoreiro”.

Os anúncios afixados por Moraes, que trazem a mensagem “Legaliza! Remédio, trabalho e renda para quem precisa”, já haviam sido motivo de debate na Casa de José Mariano na semana passada. Com a votação do requerimento, proposto pelo vereador Fred Ferreira (PSC), o assunto foi alvo de uma nova rodada de debates.

Ao subir à tribuna, Osmar Ricardo declarou voto contrário ao voto de repúdio e lembrou que já promoveu, no passado, discussões sobre a questão do uso medicinal da Cannabis. “Esse é um debate que fiz muito nesta Casa. Sobre o uso medicinal, fiz várias audiências públicas, chamando a Polícia Civil, dizendo que era preciso fazer remédio com uma planta que se discrimina tanto”.

De acordo com ele, seu mandato sempre discutiu o tema com parlamentares que pensam diferente. “O vereador tem uma coragem de defender que eu também tenho. Se for olhar o histórico desta Casa, debati muito nesta tribuna com o [então] vereador André Ferreira (PL) e com o vereador Luiz Eustáquio (PSB), sobre o debate da Cannabis. Tem que ter coragem, mas não pode ser eleitoreiro”.

Osmar Ricardo destacou que a questão está centrada no uso medicinal da erva, mas não deixou de pontuar que outras drogas, segundo ele mais danosas, têm uso recreativo regulamentado no Brasil. “Usa quem quer, ninguém é obrigado a nada. Quem mais mata é o álcool, e existe a legalidade do álcool. Para os acidentes que acontecem, tem a Lei Seca, para que o povo evite beber”.

Em aparte, Marco Aurélio Filho (PRTB) também lembrou que o ponto central dos anúncios é o uso medicinal da maconha. Ao plenário, ele leu um relato sobre uma criança que deixou de convulsionar após o uso de medicação à base de um princípio ativo da Cannabis. “Desafio qualquer pai ou mãe de família, ao passar por uma situação dessa, encontrar um remédio à base de maconha e não levar para o seu filho. Essa é a discussão. O que não se pode é distorcer por conta de eleição e constranger este Poder, para o qual todos foram legitimamente eleitos. Precisamos nos respeitar”.

Em 25.04.2022