Renato Antunes contesta requerimento de Liana Cirne

O vereador Renato Antunes (PSC) debateu o requerimento de número 1497/2022, de autoria da vereadora Liana Cirne (PT), que solicita a transcrição nos Anais da Câmara Municipal do Recife o artigo intitulado: “Derrotar forças obscurantistas para pautas estratégicas voltarem à vida nacional”. Antunes contestou a proposta na reunião plenária híbrida, da Câmara Municipal do Recife, realizada na manhã desta terça-feira (12). Aprovado pela maioria, o texto é de autoria do reitor e do vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), respectivamente, Alfredo Macedo Gomes e Moacyr Cunha Araújo Filho, e foi publicado na versão on-line da revista Fórum.

Renato Antunes lembrou que o requerimento 1497/2022, de Liana Cirne, foi retirado de pauta seis vezes por ele, “pois a senhora estava de licença e eu acho que é importante fazer esse debate”. Antunes lembrou que foi aluno da UFPE e que se sente “fruto da instituição, de uma educação pública de qualidade de que todos almejam” e que não era sua intenção tecer comentário negativos ao reitor Alfredo Macedo Gomes. “Entendo que se o reitor chegou ao posto máximo da instituição é porque tem seus méritos. Mas o reitor não foi nomeado pelo presidente Bolsonaro para fazer discurso político eleitoral. Esse discurso começa pelo título do artigo, em que fala de forças obscurantistas, se precisa derrotar. Que forças são essas? Se o reitor quer discutir a política eleitoral, que se filie num partido político e que dispute a eleição”.

O parlamentar comentou que, no artigo, o reitor Alfredo Macedo Gomes falou que, no Governo Bolsonaro, houve cortes nos orçamentos do Ministério da Educação, mais precisamente no CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e no CNPQ ((Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). “Mas o reitor se esqueceu de dizer que em 2009 Lula cortou orçamento do MEC em R$ 2,1 bilhões; em 2003, R$ 2,3 bilhões. No governo Dilma, em 2011, houve corte de R$ 3,1 bilhões; em 2012, R$ 1,9 bilhão; em 2015, mas R$ 10,6 bilhões; e em 2016, R$ 4,6 bilhões”, disse. Renato Antunes afirmou que o artigo do reitor nega que outros governos cortaram o orçamento. “É necessário fazer os cortes para ajustar orçamentos. Não estou dizendo que sou a favor dos cortes, mas estou dizendo que houve também em outros governos. Essa é uma prática comum, inclusive quando o PT comandou o País por 16 anos”.

O vereador Paulo Muniz (SD) pediu um aparte e lembrou que as críticas  são dirigidas ao Governo Federal, mas que a Universidade Federal de Pernambuco vacilou para retomas as aulas. “Foi a última universidade a voltar às aulas em Pernambuco, pois preferia viver no mundo da lua”. Como o artigo do reitor também cita que houve intervenção do Governo Federal nas universidades uma vez que houve um reitor nomeado pro-tempore, em Minas Gerais, Paulo Muniz acrescentou que “queria ver se havia intervenção se o Governo tivesse atrasado salários desses funcionários. O artigo distorce, infantiliza, sem levar em conta fatos verdadeiros”.

Renato Antunes continuou as críticas ao artigo e disse que, na educação, um governo deve colocar “o dinheiro público onde achar que deve ir, que é para a educação básica e para o ensino médio, invertendo a lógica que reinou no Brasil por quase 20 anos”. Para ele, apesar da prioridade que os governos anteriores deram à universidade pública, “o retorno não tem sido eficiente”. Para Renato Antunes, “votar contra o texto não é votar contra a UFPE, mas contra um texto cujo autor usa a academia e seu posto para fazer política eleitoral”.


Em 12.04.2022.