Alunos da Erem Sizenando Silveira visitam a Câmara do Recife

A visita de 65 estudantes da Erem à Câmara Municipal do Recife foi a primeira de uma escola pública, à Câmara Municipal, depois do retorno às aulas presenciais que ficaram suspensas por dois anos por causa da pandemia. “A suspensão das aulas foi necessária, mas representou um prejuízo muito grande. Os estudantes estão se readaptando. E por isso, estamos trabalhando com criatividade, para movimentar as aulas. Neste mês de maio, do Abolicionismo, estamos fazendo visitas a monumentos históricos e prédios públicos. A Casa de José Mariano, que foi um abolicionista, está dentro desse programa”, explicou Ernane Sena, professor de História e da curiosa disciplina Rolê Pelo Recife, que acompanha os estudantes. “Antes das visitas, explicamos a importância de cada órgão público e trabalhamos os conceitos de direitos e deveres”, explicou.

A finalidade pedagógica foi cumprida. Os estudantes, entre 15  e 17 anos, puderam ouvir e conversar não somente com o presidente da Câmara do Recife, mas também com os diretores do Departamento de Comunicação Social, jornalista Éden Pereira; do Departamento Legislativo, Paulo Rogério Nascimento e com a chefe da Assessoria Especial de Relações Públicas, Ana Torti. Alguns estudantes chegaram à Câmara Municipal sem saber “qual a função dos vereadores”, como é o caso de Maria Gabriela Lorentino Guedes, 15 anos. “Acho que eles aprovam projetos de lei”, comentava Erick Trindade, 15, residente em Santo Amaro. A maioria dos estudantes era de bairros como Campo Grande, Hipódromo, Beberibe e também do Janga (Paulista) e até de São Lourenço da Mata. Todos passam em frente ou ao lado do prédio da Câmara Municipal do Recife, todos os dias, no caminho da Erem.

Conversa boa – Romerinho Jatobá explicou para os estudantes que a Câmara Municipal tem 39 vereadores eleitos diretamente nas eleições municipais e que esses parlamentares são “os mais próximos da população”. Também disse que “os vereadores representam a cidade, os segmentos da sociedade, as causas da população, a diversidade do Recife”. Explicou que eles elaboram projetos de lei, que são debatidos, votados, e transformados em lei, mas também fiscalizam as obras públicas e as ações do prefeito. “Enquanto o prefeito tem o poder de ação, e de aplicar o dinheiro público que está previsto no orçamento, o vereador cria as leis, fiscaliza, promove debates importantes para cidade”, afirmou.

Ele esclareceu a importância do voto, de os eleitores saberem escolher os seus representantes, mas insistiu que fundamental mesmo é acompanhar o trabalho do político em quem votou e cobrar dele atitudes coerentes. “A função do vereador é ajudar na construção de uma cidade mais justa, mais humana, melhor de se viver”, disse. Depois de explicar o funcionamento da Câmara Municipal, de relatar como é o dia a dia de um vereador, justificar a realização das reuniões diárias, ele passou a responder perguntas. Foram numerosas.

O primeiro a perguntar foi André Vitor, 16, que quis saber “para onde vai o dinheiro público”. Romerinho Jatobá falou de forma didática sobre as leis do orçamento e da importância de a população participar das discussões no momento de se elaborar os projetos de lei que definem para onde vai o dinheiro que a população recolhe com o pagamento dos impostos. Ruan Eduardo Duarte, 15 anos, quis saber como é que as leis são feitas. “As explicações que o vereador me deu foram suficientes e eu entendi o que ele disse. Ele sabe como se expressar”, avaliou, após a explicação. Com a resposta, ele finalmente entendeu porque dizem que “a Câmara Municipal é a casa do povo”.

Matheus Alexsandro Alves Lima, 16, de Santo Amaro, era uma exceção entre os estudantes que nunca tinham entrado na Câmara. “Eu já tinha vindo aqui, quando era pequeno; vim com meus pais”. Ele também sabia da importância do trabalho dos vereadores para uma cidade, mas tinha uma dúvida: “Tem coisas que só o prefeito pode fazer e outras que só o vereador?”. O presidente da Câmara confirmou e conseguiu fazê-los entender conceitos complicados sobre matérias fiscal e tributária, que seriam os atributos do prefeitos; e sobre legislação e fiscalização, próprios do Parlamento.

Maria Clara Carvalho, 15, do Janga (Paulista), quis saber quais as funções de um presidente da Câmara Municipal. Em resumo, ele disse que faz a representação do Poder Legislativo, mas também dirige as reuniões e faz a pauta da Câmara. Ao final da explicação, Clara achou que Romerinho “foi muito simpático e sabe conversar com os jovens”. Giovana Barbosa, 15, da Boa Vista, fez uma pergunta pessoal. Quis saber da trajetória política de Jatobá, que tem 35 anos, está no terceiro mandato, já foi Secretário Municipal de Habitação, prefeito interino do Recife e é o presidente mais jovem da história da Câmara Municipal do Recife. Foi eleito, em terceiro mandato, com cerca de 11.500 votos.

Vitória Solange da Rocha, 15, de San Martim, tinha curiosidade para saber como a Câmara Municipal funcionou durante os dois anos da alta pandemia. “Nós precisamos nos reinventar, com reuniões no formato virtual”, disse Romerinho Jatobá, acrescentando que, no período, a Casa de José Mariano realizou a reunião plenária mais longa de sua história, com duração de 10 horas. “Ele deu bastante atenção a minha pergunta; achei que ele é um político carismático”. Vitória disse ainda que já conhecia o prefeito João Campos, que gostou de “agora conhecer o presidente do Legislativo”.

Depois das conversar com os estudantes, Romerinho Jatobá entregou dois livros para a biblioteca da Erem Sizenando Silveira. Um, com a história da Câmara Municipal e o outro sobre a origem dos bairros do Recife. Na sequência, os estudantes conheceram os diversos setores do prédio histórico e monumental que, agora, podem dizer que já conhecem muito bem.


Em 18.05.2022.