Ana Lúcia lembra da importância do respeito ao contraditório

Durante os debates do projeto de resolução (PR) número 25/2021, que institui, no âmbito da Câmara Municipal do Recife, a “Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania LGBTQIA+”, a vereadora Ana Lúcia (Republicanos) afirmou que “precisamos ter respeito pelo contraditório”. Ela, que votou contra a proposta, discutiu a reação de gestos vindos das galerias e afirmou que desafiava “qualquer cidadão para acusar um único ato meu de intolerância e desrespeito”.

O projeto de resolução, de autoria do vereador Osmar Ricardo (PT), foi aprovado na reunião plenária híbrida, da Câmara Municipal do Recife, realizada nesta segunda-feira (23). “Os diferentes podem e devem conviver em todos os ambientes, pois temos o direito de discordar ou concordar. Por isso, entendo que é triste, sobretudo em tempos recentes, essa intolerância. Sou uma mulher conservadora e convivo bem com quem pensa contrário a mim. Mas não vou aceitar intolerância e nenhuma manifestação de desrespeito contra os parlamentares”.

Ana Lúcia afirmou que, a princípio, não teria dificuldade de aprovar a criação de uma frente parlamentar em defesa da cidadania LGBTQIA+. “Mas não posso concordar com a forma de manifestação das galerias quando ouve o contraditório. Até porque, toda unanimidade é burra. O contraditório, pode. O que não pode é tratar com desrespeito um parlamentar só porque ele pensa diferente. Qualquer desrespeito a um parlamentar é antidemocrático”.

A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) pediu aparte e lembrou que os papéis das galerias e dos parlamentares, numa reunião plenária, são diferentes. “A sociedade é um cabo de aço: tem interesses diversos. Às vezes esse cabo de aço vai para um lado ou para o outro. As galerias estão aqui para tensionar, para fazer valer seus direitos. Isso é a democracia, se não houvesse, não havia essa arena, essa possibilidade. Nós, que estamos aqui, temos obrigação de compreender isso”.

A vereadora Michele Collins (PP) também pediu aparte e afirmou que defende o direito de as pessoas dizerem o que quiserem, mas não o desrespeito. “As pessoas podem fazer qualquer gesto. É um direito. Mas a intolerância não podemos aceitar. Precisamos entender o colega desta Casa. É importante que o colega seja respeitado. Se estamos falando de uma frente, não podemos dar as costas. Até porque esse é um espaço de debate”.

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Em 23.05.2022.