Câmara do Recife homenageia enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem

Além dos parlamentares, compuseram a Mesa a vice-presidente da Associação Brasileira de Enfermagem de Pernambuco, Jael Maria, o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco, Gilmar Júnior; o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, Francis Hebert; a enfermeira Carmela Alencar, representando os homenageados, e a enfermeira Priscila Ferraz.

O proponente da homenagem, Samuel Salazar, explicou que neste 20 de maio é comemorado o Dia do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, e que o Dia Internacional da Enfermagem foi celebrado no dia 12 de maio. “Essa profissão secular cujo bravos integrantes são os únicos a permanecer 12h por dia ao lado do paciente. Ao longo da história superaram enormes preconceitos, como também carecem de esforço político, muitas vezes, significativo para conferir o merecido destaque a esta categoria que conta com o símbolo de resistência, tenacidade, desprendimento, competência e coragem”. 

De acordo com o parlamentar, são mais de 800 mil inscritos no Conselho Federal e que buscam aperfeiçoamento. “Eles ocupam uma posição da qual têm motivos para se orgulhar. O Brasil já é a 5ª força mundial de trabalho nessa área, reforçando a tendência de uma participação mais marcante. A enfermagem é a maior força de trabalho na saúde e, em meio a um conjunto de 14 carreiras, participa com mais de 50% da mão de obra empregada”. 

Ao parabenizar os profissionais, Samuel Salazar evidenciou a enfermeira Ana Nery, pioneira da enfermagem no Brasil. “Que ela nos norteie na concepção do estado nacional neste momento ímpar, onde estamos discutindo no Congresso Nacional o tão merecido reconhecimento do piso salarial. Na campanha [eleitoral] de 2020 eu fui acometido pela covid-19 e precisei ficar internado. Registrei a minha saída do hospital, com muita gratidão aos enfermeiros e técnicos porque, de fato, são profissionais que estão na linha de frente”. 

Representando os homenageados, a enfermeira Elaine Germano, que atua na área há 30 anos, relembrou de quando cursava enfermagem na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Todos os homenageados aqui não chegaram sozinhos onde estão. Se a UFPE foi meu berço, o Imip é a minha casa, onde construí sabedoria, conhecimento, habilidade e maravilhosos amigos que carrego na vida até hoje e sempre. Nunca achei que após 23 anos de casa sairia, mas a vida me puxou da minha zona de conforto e eu recebi o convite para fazer parte da gestão da Secretaria de Saúde do Recife. Pense no medo e na dúvida. Mas eu fui. Fui porque é fácil criticar e dar sugestões de fora, porque achei que podia contribuir com todas as donas Marias Josés que diariamente sentam nos bancos do SUS, e encontrei uma grande escola”, expressou. 

Elaine Germano falou sobre os desafios enfrentados na Secretaria. “Epidemias de sarampo, dengue, entrada da chikungunya no Brasil síndrome do Zika Vírus; todas aquelas crianças nascendo com microcefalia, as mulheres grávidas apavoradas e o incerto do quão grave seria. Trabalhamos muito naquele ano, conseguimos a duras penas controlar aquele momento e achamos que nada poderia ser pior, mas foi. A covid chegou de uma forma avassaladora no mundo e criou um novo marco temporal: antes e depois da covid. Enquanto profissional, aprendi que o Brasil carrega a dor de mais de 650 mil pessoas que morreram. Uma gestão pode salvar ou matar um País, e um voto pode jogar contra a população. Aprendi que quando assumimos uma gestão temos que ter coragem de usar nossas canetas em prol dos cidadãos. Demoras e vacilos levam à morte”. 

Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, Francis Hebert, salientou a importância de estar de mãos dadas e que o “conjunto faz a diferença”. “Falar de enfermagem é simples porque a gente fala daquilo que gosta. Para sermos felizes não precisamos fazer tudo o que queremos, mas o que temos condições, com muito amor, carinho e dedicação, e isso me faz muito feliz. Ser auxiliar de enfermagem me faz muito feliz, porque eu faço com muita dedicação, amor e carinho”.

“Há 30 anos temos uma luta incrível por respeito, dignidade e condições de trabalho. Uma categoria que diuturnamente se abnega a cuidar do seu próximo ao ponto de abandonar até a sua própria família, porque vivemos muito mais para o cuidar de outros do que deles. Muitas vezes, temos um, dois, três ou até quatro empregos. Nesses 30 anos conseguimos criar uma identidade que se chama Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem. Disseram que seria impossível, mas a enfermagem venceu. Estamos protagonizando passos que vão trazer o respeito e a dignidade para a enfermagem”, afirmou. 

Emocionado, Francis Hebert contou ter perdido a mãe para a covid-19. “Naquele momento eu entendi que os familiares dos profissionais que estavam lutando merecem ser parabenizados, aplaudidos de pé. Eles contribuíram na pior fase que enfrentamos. Nós fomos às ruas, criamos a coragem no coração de cada trabalhador. O recado que eu deixo hoje é que continuemos fazendo como sempre fizemos, com muito amor, carinho e dedicação, para que a gente consiga dizer: eu cumpri o meu papel”. 

Ao ocupar a tribuna, a enfermeira Priscila Ferraz falou da representatividade feminina na Câmara do Recife e na enfermagem. “Que a gente continue na luta pela representatividade porque as mulheres ainda não ocupam todos os espaços políticos". Ela também destacou a aprovação o piso salarial da enfermagem pelo Congresso Nacional. “A gente comemora o Decreto Legislativo 193 e o piso salarial. A gente pode comemorar mesmo ainda estando aguardando a sanção do presidente, mas já são duas vitórias tanto no Senado quanto na Câmara Federal, que foi de extrema importância que não se deu por vontade política, mas pela nossa luta. Conseguimos abrir a Semana da Enfermagem na Alepe com uma cerimônia muito bonita e encerramos aqui, na Casa do povo do Recife, onde são tomadas as decisões para a cidade. Vamos buscar construir, cada vez mais, a nossa valorização e crescimento profissional”. 

Em 20.05.2022