Dani Portela salienta 20 de novembro como marco para movimento negro

Na última sexta-feira (13), a Câmara realizou no parque 13 de Maio uma reunião pública externa para discutir o foco na data da assinatura da Lei Áurea nos debates sobre o fim escravatura no Brasil. Promovida pela vereadora Dani Portela (PSOL), a reunião foi tema de um discurso da parlamentar na reunião plenária desta segunda-feira (16). Na tribuna do plenário, ela defendeu o dia 20 de novembro – data em que o líder quilombola Zumbi dos Palmares foi assassinado – como um marco mais coerente para ressaltar a luta da população negra por direitos.

 “A libertação dos escravos não foi um presente, uma dádiva conferida por uma princesa. A libertação dos escravos foi conquistada ao longo da resistência do período escravocrata. Pela luta abolicionista, construída pela resistência de muitos quilombos”, argumentou Portela. “Para o movimento negro, o dia 13 de maio não é dia de negro. O dia que nós lembramos, em alusão à luta da população negra pela libertação da escravatura é o dia 20 de novembro, que marca a morte da maior liderança de quilombo das Américas, Zumbi dos Palmares”.

Portela enalteceu a reunião como uma forma de promover uma reflexão história – o evento contou com cerca de cem alunas e alunos da rede pública de ensino.  A vereadora falou, também, sobre a necessidade de enxergar o movimento da população negra como uma luta cotidiana, necessária até os dias de hoje. “Lutar pela igualdade racial é lutar para que negras e negros não sigam liderando os índices de desemprego, fome e miséria. É lutar para que a gente não veja cenas como a gente viu com o incêndio das palafitas [da bacia do Pina, no dia 6 de maio], para que a população negra não seja a maioria dos que têm problemas em relação a moradia, saúde, à educação”.

Em 16.05.2022