Francisco José é o mais novo cidadão do Recife
O vereador Romerinho Jatobá relembrou a trajetória do jornalista, que chegou à capital pernambucana aos 10 anos de idade. Aqui cresceu, tornou-se profissional de grande destaque e passou por diversos veículos de imprensa, como o Jornal do Commercio, até integrar o quadro da Rede Globo Nordeste. "As qualidades profissionais de Francisco José fizeram com que sempre fosse cobiçado por grandes empresas. Contratado pela Rede Globo para integrar o quadro de jornalistas da Globo Nordeste, Chico José se transformou em destaque nacional, passando a figurar no seleto grupo que era escalado para grandes reportagens no Brasil e no exterior".
O parlamentar destacou reportagens de Francisco José e confessou que a homenagem que a Câmara presta ao jornalista vai mais além do que o Título de Cidadão do Recife. "Esta foi a forma que encontramos de perpetuar a gratidão que o povo do Recife tem para com Chico José. Por sentimento, você é cidadão recifense há muitos anos. O Chico das grandes reportagens! Nosso ídolo, um repórter de mar, terra e ar. Sempre desafiando o perigo. Pulava de paraquedas; mergulhava para nos mostrar as maravilhas existentes no fundo do mar e encarava matas e desertos existentes nos cinco continentes. No dia seguinte as suas reportagens, os comentários nos quatro cantos da cidade eram tantos, que se igualavam aos de um pós-clássico de futebol. Todos exibiam o orgulho pelo trabalho do repórter. E ai de quem contestasse dizendo que Chico não era filho do Recife. Não tinha como! A adoção do povo recifense era incontestável".
A jornalista e esposa de Chico José, Beatriz Castro, expressou que "é muito fácil e muito difícil" falar sobre ele. "A vida dele já deu um livro e daria mais um. Quem o conhece, sabe que ele é marcado muito pela coragem e generosidade. Chico marcou muito a trajetória do jornalismo pernambucano e brasileiro pelo pioneirismo. Ele fez o que ninguém fazia. Quando ninguém estava pensando em meio ambiente, ele estava mostrando ao Brasil e aos brasileiros a importância da gente preservá-lo. Ele sempre teve uma visão um pouco a frente do seu tempo".
Beatriz Castro destacou, ainda, a importância do reconhecimento como cidadão recifense. "Nesse momento sombrio que o Brasil está atravessando estamos aqui para enaltecer um jornalista com essa coragem, ética e trajetória. É muito importante esse ato nesse momento sombrio das milícias digitais, da fábrica das fake news e fábrica do ódio. Vejo essa homenagem como uma homenagem à imprensa livre que, sem ela, a gente não tem democracia nesse País. Que ele seja um farol para as novas gerações", exaltou.
Aos 78 anos, o mais novo cidadão recifense salientou o refrão do hino do Recife. "O hino do Recife diz o seguinte: tecida de claridades, Recife sonha ao luar, lendária e heroica cidade, plantada à beira-mar. O autor do hino não poderia imaginar que um menino nascido no Crato, lá no pé da serra do Araripe, no Sertão do Cariri, pudesse estar sonhando ao luar em um dia poder morar na beira-mar, plantado nessa região tão maravilhosa. Deus guiou o meu destino e me trouxe para Recife, que era um sonho", contou.
O jornalista Francisco José destacou que mostrou ao País as belezas submarinas do Recife. "Eu mergulhei fundo, fui aos naufrágios, fui mostrar ao Brasil e ao mundo a beleza submarina que temos aqui na frente da nossa cidade. Foram dezenas de reportagens, acompanhei o afundamento de 11 navios para se tornarem recifes artificiais".
O homenageado também falou sobre a composição da sua família consanguínea e da sua família que "fica numa redação de televisão", e agradeceu a todos e a todas. Ele também confessou na tribuna da Casa de José Mariano que deseja um Brasil mais justo e solidário. "O meu respaldo é sempre a minha família. Hoje, cidadão do Recife, agradeço a todos os vereadores que me proporcionaram essa oportunidade. Eu queria muito ser cidadão do Recife oficialmente. Hoje, já posso sair daqui dizendo que pertenço a essa cidade como fiz essa cidade pertencer a mim. À minha família, à Bia, aos meus filhos e aos meus netos. Principalmente filhas e netos porque nasceram aqui, são pernambucanos, e a Bia, que eu trouxe para cá. Aquele menino sonhador do pé da serra do Araripe se tornou um velho sonhador. Meu sonho atual é ver um Brasil justo, sem ataques à democracia. É ver um Brasil onde possamos ter liberdade de não depender das pessoas que acreditam em fake news", finalizou.
Em 05.05.2022