Liana Cirne celebra Dia Internacional Contra a Homofobia com destaque a dois requerimentos

Em destaque ao Dia Internacional Contra a Homofobia, a vereadora Liana Cirne (PT) salientou dois requerimentos de sua autoria que tratam de empregabilidade para pessoas LGBTQIA+, transexuais e travestis. Na reunião Ordinária desta terça-feira (17), da Câmara do Recife, a parlamentar falou sobre a simbologia da aprovação dos pedidos na data de hoje.

Ela salientou que por duas vezes, os requerimentos foram retirados da pauta de votação. "Esses requerimentos foram objeto de dois pedidos de vista, e eu queria agradecer esses pedidos de vista [feitos por parlamentares] porque fizeram com que os dois requerimentos, que têm por objeto direitos da população LGBTI+, fossem votados no dia 17 de maio, hoje, que é o Dia Internacional Contra Homofobia", afirmou a parlamentar.

De acordo com Liana Cirne, o requerimento de número 4923/2022, com indicação ao prefeito do Recife, tem como objetivo que a população LGBTQIA+, devidamente cadastrada no Centro Municipal de Referência e Cidadania LGBTI+ do Recife, seja incluída como prioritária no CredPop Recife. "É um crédito que estimula pequenos empreendedores individuais ou pequenos coletivos de empreendedores, este CredPop já prioriza mulheres negras e jovens negros. Estamos pedindo que ele também priorize a população LGBTI+ cadastrada no Centro de Referência".

Já o requerimento número 4926/2022, pede que, nos processos seletivos do programa Embarque Digital, seja implementada a reserva de vagas para pessoas transexuais e travestis que atendam aos demais critérios da seleção. "Estamos pedindo que o programa Embarque Digital, que facilita a empregabilidade das pessoas trans, tenha reserva de vagas. Além da transfobia e transfeminicídio, que são violências de gênero muito graves, ao mesmo tempo que somos campeões mundiais de consumo de pornografia trans, também somos o País que mais mata pessoas trans. Eu não sou Freud para explicar, mas a gente vê que tem muita coisa errada nessa equação", expôs a vereadora. 

Na ocasião, a parlamentar explicou que a solicitação da política pública específica para um nicho da população não é para "privilegiar nenhum grupo". "Estamos desenhando políticas públicas específicas para grupos mais vulneráveis de que outros. Não se trata de privilégios, se trata de assegurar que essas pessoas tenham o direito a viver sem serem violentadas física ou moralmente. Só isso". 

Em aparte, o vereador Rinaldo Junior (PSB) parabenizou a solicitação. "A sua ação, enquanto requerimento, terá meu voto. Eu deixo registrado que essa Câmara tem a obrigação de aprovar esse requerimento, mas a missão maior seria conseguir emendar o projeto de lei que regulamenta o CredPop".

Por sua vez, a vereadora Dani Portela (PSOL), afirmou que a sociedade é diversa e "cabem muitas bandeiras". "Sabemos que o Brasil é o 5º país mais violento do mundo para se nascer mulher. De cada cinco de nós, três vão sofrer uma violência ao longo da vida, mas se essa mulher for trans ou travesti, isso piora ainda mais, pois {nestes casos] somos o 1º país mais violento do mundo".

Já o vereador Renato Antunes (PL) apresentou seu voto contrário à proposição e justificou a postura. "A gente sabe que existe problemas no Brasil e não fechamos os olhos para isso. Existem pessoas que morrem por sua cor, por sua orientação sexual e por suas escolhas. O meu questionamento é se corrigir o problema de desigualdade criando, na minha ótica, outros problemas. É fazer de uma política que é para agregar, na verdade, segregando parte da população". 

Em 17.05.2022