Dani Portela lamenta tragédias ocorridas no Brasil nos últimos meses

Foi em lamento às tragédias ocorridas no Brasil nos últimos meses que a vereadora Dani Portela (PSOL) discursou na tribuna da reunião Ordinária da Câmara do Recife desta segunda-feira (27). Ela relatou os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips; relembrou a morte do homem negro asfixiado em carro da Polícia Federal e criticou a atuação da justiça no caso da criança de 11 anos vítima de estupro.

Dani Portela mencionou os festejos juninos da última semana e destacou que, infelizmente, não há o que se comemorar no Brasil. "Estamos num País em que acontecimentos estarrecedores foram publicizados não só no País, mas no mundo inteiro. No último mês, mais um homem negro foi assassinado pela Polícia Federal desse Governo [Federal], quando um carro de polícia virou uma câmara de gás. Neste mês, uma criança vítima de estupro foi duplamente violentada pelo Estado brasileiro quando foi impedida, num primeiro momento, de acessar o serviço de abortamento legal. E tivemos a triste notícia do assassinato de maneira cruel e brutal do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips", disse. 

A parlamentar afirmou que considera o Brasil  o País mais violento do mundo para defensores e defensoras dos direitos humanos. "O que aconteceu na Amazônia não é exceção, só que esse projeto de extermínio e morte tem se aprofundado neste governo porque há uma política de Estado que fragiliza a Funai, os órgãos de proteção à defesa da floresta e estimula o crime organizado naquele território". Ela teceu várias críticas ao presidente Jair Bolsonaro. "Desde a década de 90 o presidente dizia que o erro do Estado foi não ter matado os indígenas, como fizeram em outros países. O presidente que se elegeu dizendo que em seu governo não ia ser demarcado um palmo de terra nesses territórios, garantindo a entrada de invasores e bandidos e o extermínio dessa população". 

No velório do indigenista Bruno Pereira, que aconteceu no Recife na última sexta-feira (24), a vereadora disse que estava presente e relatou a emoção da chegada do povo Pankararu e Xukuru de Ororubá. "Eles entraram para entregar o corpo de Bruno para os encantados, porque acreditam que, da mesma forma que quando uma pessoa morre na luta como protetor da floresta, ele se encanta e o seu espirito vai virar protetor desta mesma floresta, rios e das águas que ele tanto defendia. Bruno e Dom Phillips estarão presentes nas nossas lutas que só se encerram daqui a 200 dias, quando a gente, de uma vez por todas, tirar esse governo do poder", afirmou. 

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 27.06.2022