Michele Collins debate requerimentos para pessoas em situação de rua e critica criação de Conselho LGBTI+
O primeiro requerimento foi o de número 6234/2022, dirigindo indicação à Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas do Recife no sentido de criar um Centro Pop na Zona Sul do Recife. “Esta é uma demanda das pessoas em situação de rua. Há um grande número que está nas ruas, por diversos motivos. O Centro Pop que existe no centro da cidade é insuficiente”. Segundo ela, a capacidade de atendimento desse único espaço é de 30 pessoas por dia e que pelo menos 100 pessoas ficam de fora da assistência social, todos os dias. “Há pessoas que saem a pé, da Zona Sul para o centro do Recife somente para ser atendido nesse centro. Outras, que fazem rodízio para tomar banho”.
O vereador Ivan Moraes (PSOL), que é vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, disse que está unido com a vereadora Michele Collins nesta pauta. “Tenho ouvido muitas pessoas, conversado com organizações. Todos querem o mesmo. Essa luta, inclusive, não foi iniciada nem por nós, mas pelos movimentos sociais, mas ela existe há muitos anos. A Prefeitura do Recife, agora, é que está caminhando com esta pauta”
Outro requerimento discutido pela vereadora Michele Collins foi o de número 6562/2022, dirigindo indicação ao prefeito João Campos, no sentido de unir esforço com o objetivo de reajustar o aluguel social das famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social no Recife. “O valor de R$ 200 reais, que é pago atualmente pela Prefeitura do Recife, não dá condições para as pessoas pagarem um aluguel”.
A parlamentar afirmou que todas as pessoas que recebem este auxílio estão de fato cadastradas e recebendo regularmente em dia, mas que é preciso reconhecer que nenhuma consegue pagar o aluguel. “Muita gente foi morar nas ruas porque perdeu suas casas, mas o valor do auxílio não permite pagar um aluguel. Muitas pessoas só contam com esse valor para sobreviver. É tudo o que ganham. Esperamos que a gestão avalie caso a caso. Este é o menor valor do auxílio moradia do Brasil”.
O terceiro e último requerimento debatido e aprovado foi o de número 6577/2022, dirigindo apelo à Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco no sentido de destinar leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermarias dos hospitais de Pernambuco para atendimento às crianças e bebês com doenças respiratórias.
“Faço este apelo em nome de mães e pais que eu vi chorar, nos últimos dias, porque seus filhos precisaram e não havia leitos de UTIs disponíveis. Essas crianças estão dentro de hospitais, de UPAs e de maternidades. Por isso, faço apelo ao secretário de Saúde do Estado, doutor André Longo. para que ele dê celeridade à instalação de leitos de UTIs e de enfermaria”, afirmou.
Ela lembrou que, atualmente, o vírus da bronquiolite está se disseminando entre as crianças e que não há um remédio específico para combater a doença, que se registra sobretudo em crianças. No geral, quem é acometido pelo mal, precisa do internamento. Michele Collins aproveitou para parabenizar os profissionais da Policlínica do Ibura que tem envidado esforços no sentido de atender o número máximo de crianças.
Crítica à criação do Conselho Municipal para a população LGBTI+ - Ao fazer a discussão e informar seu voto contrário ao projeto de lei do Executivo número 12/2022, que institui o Conselho Municipal de políticas públicas para a população LGBTI+, Michele Collins justificou "já existir conselhos demais na cidade. A pluralidade perpassa em todas as Comissões [da Casa]. Não entendo o porquê de um Conselho na cidade somente pela orientação sexual da pessoa", disse. O projeto de lei foi aprovado em primeira discussão na reunião Ordinária da Câmara do Recife, com 26 votos favoráveis e nove contrários,
A vereadora disse acreditar que o presidente Sérgio Passos e o vice-presidente Wellington Pastor, do Conselho Municipal de Direitos Humanos do Recife, que são ativistas LGBTQIA+, contemplam essa população com os possíveis assuntos levados ao grupo. "A população LGBTQIA+ hoje está muito bem representada, tem espaço de fala e discussão para debater seus temas. A gestão municipal quer agradar apenas uma parte da população. Se for atender todo mundo que pede, não vamos mais parar de aprovar criação de conselhos".
Michele Collins também exaltou a necessidade do respeito com as pessoas que pensam diferente. "Não existe preconceito, existe apenas respeito pelo diferente. Acho desnecessário [a criação do Conselho]. Vou votar contra e gostaria de pedir aos vereadores e vereadoras que fizessem uma reflexão sobre o tema", finalizou.
Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.
Em 06.06.2022.