Cida Pedrosa declara voto contra concessão de Medalha à primeira-dama

“O que está em jogo é a gente homenagear um campo conservador e autoritário, que acredita em golpe de Estado, que defende a tortura, que coloca o Brasil na rota da miséria. Que, com o seu obscurantismo, ceifou a vida de 650 mil pessoas. Um campo fascista que coloca o nosso povo pedindo esmola nos sinais”, disse Pedrosa na ocasião, em referência à condução da pandemia de covid-19. “O que está em jogo é a luta nossa, progressista, por um projeto de felicidade para o nosso povo. O que está em jogo aqui é discutir biblioteca ou clube de tiro. O que está em jogo aqui é a gente ter uma população mais feliz ou menos feliz”.

Em resposta às justificativas de alguns vereadores favoráveis à homenagem, Cida afirmou que a condição de ser mulher não é suficiente para que a Medalha de Mérito seja concedida. Esposa do patrono da Câmara, José Mariano, Olegária Mariano foi uma figura proeminente das lutas abolicionistas do século XIX. “Não basta ser mulher. Tem que ser mulher e defender as causas libertárias, a democracia, ser contra a fome, a miséria, o fascismo, a tortura. Ser antirracista, não ser LGBTQIfóbica”, afirmou. “E esse grupo que está no Planalto Central, e do qual Michelle Bolsonaro faz parte, representa tudo isso que coloquei. Não podemos dissociar. Michelle não está à parte desse projeto de poder. Ela faz parte e defende esse projeto”.

Em aparte, o vereador Jairo Brito (PT) também fez críticas à atual gestão federal a partir do ponto de vista da educação superior. “Sou um professor do Instituto Federal de Pernambuco, uma instituição vinculada ao Governo Federal. Eu vi nos governos de Lula e de Dilma projetos para a educação. Podemos citar, aqui, um bocado: Fies, Prouni, Pronatec, Brasil Sem Fronteiras, o projeto de cotas que faz com que o pobre seja médico, advogado, dentre outras funções. Hoje, vemos o sucateamento das instituições federais de ensino. Eu não vi a primeira-dama do Brasil, Michelle, fazer um discurso para salvar o ensino federal do Brasil”.

Já o vereador Dilson Batista (Avante) explicou ser favorável a qualquer homenagem a mulheres, sem distinções. “Vossa Excelência é infeliz quando diz que uma mulher, para ser valorizada nesta Casa, precisa de duas páginas de requisitos. Acredito que não deva ser assim. Acho que a esquerda não está tendo uma visão muito simples, da mulher ser valorizada pelo simples fato de ser mulher. A gente não deve condenar a mulher por que ela não é abolicionista, porque não é petista, por que não é governista ou de qualquer tipo de partido”.

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Em 05.07.2022