Liana Cirne diz que vê deméritos na primeira-dama Michelle Bolsonaro
Os debates ocorreram na reunião plenária híbrida, da Câmara Municipal do Recife, realizada na manhã desta terça-feira (5). O PDL, de autoria da vereadora Michele Collins (PP), dependia da aprovação de três quintos dos votos dos parlamentares presentes na reunião e foi rejeitado por 16 votos a nove. Apesar da rejeição, o PDL chegou para votação em plenário com pareceres de aprovação das comissões de Legislação e Justiça; e de Educação, Cultura, Turismo e Esportes. Durante o debate, Lina Cirne disse que daria o seu voto pela rejeição “em nome de todas as mulheres trabalhadoras, que sofrem violência doméstica, assédio moral, das mulheres que recebem menos para fazer as mesmas atividades que os homens; mulheres que não têm o trabalho doméstico reconhecido e que educam seus filhos sozinhas. Por todas elas é que votei contra o PDL”.
Dirigindo-se às pessoas que acompanhavam a reunião nas galerias, exibindo bandeiras, Liana Cirne disse, ainda durante os debates, que a rejeição ao projeto ocorreria para fortalecer a democracia e que a bandeira do Brasil prevalecesse. “A nossa bandeira jamais será laranja. Jamais vamos permitir que a cor laranja dessa mulher que recebeu 26 cheques de Fabrício Queiroz, além de outros seis cheques do esquema do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, seja aberta no Recife. Não vamos permitir que nossa bandeira seja laranja”. Segundo Liana Cirne, a bandeira “do povo do Recife” tem as cores verde, amarela, azul e branca, que são as cores da Bandeira Brasileira, assim como também o são da bandeira do Município do Recife. “E os nossos símbolos são o leão e a leoa, que estão na nossa bandeira, símbolos dos guerreiros e das guerreiras”.
Liana Cirne acrescentou que estava falando “em nome dos 65% dos lares brasileiros comandados por mulheres”, e das famílias monoparentais, “que estão dentro dos 33 milhões de pessoas que voltaram a passar fome no País”. De acordo com ela, a maioria dessas 33 milhões que estão em situação de fome são “mulheres chefas de famílias, que sustentam seus filhos sozinhas”. A vereadora observou que, ao mesmo tempo em que há numerosas mulheres lutando para sobreviver, “Michelle Bolsonaro tem muitos deméritos”. E citou, entre o que ela considera demérito, “o recebimento dos cheques oriundos da prática de rachadinha no caso de Fabrício Queiroz”. Também disse que a primeira-dama “estava envolvida no escândalo das negociações de propina para compras de vacina contra a covid-19”.
A vereadora lembrou, ainda, que Michelle Bolsonaro, na qualidade de primeira-dama, preside o projeto Pátria Voluntária. “Esse projeto, que funciona arrecadando doações, gastou mais em publicidade do que conseguiu arrecadar. É um projeto de autopromoção pessoal”. Liana Cirne também afirmou que a primeira-dama “está envolvida no maior escândalo de corrupção do Ministério da Educação, em que o ministro Milton Ribeiro usava pastores para negociar propina em barras de ouro”. Acrescentou que “ela não é uma mulher da Bíblia e sim da hipocrisia”. A vereadora Dani Portela (PSOL) pediu um aparte e disse que o projeto Pátria Voluntária, administrado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, “tem dados assustadores.” E assegurou que “este ano o Governo Federal já gastou R$ 9,3 milhões para divulgar este projeto e mais R$ 350 mil para manter o site dele no ar. Enquanto isso, o projeto só arrecadou R$ 5 milhões”.
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Em 05.07.2022.