Natália de Menudo quer implementar Política de Combate à Violência Obstétrica
Além de promover ciclos de debates sobre proteção a gestantes e educação perinatal, conscientização sobre violência obstétrica e parto humanizado, a Política Municipal pretende assegurar, a longo prazo, mudanças na prática clínica, a fim de uniformizar e padronizar as práticas mais comuns utilizadas na assistência ao parto e reduzir intervenções desnecessárias no processo de assistência ao parto. Também será criado um canal de denúncias especializado ligado à Secretaria Municipal de Saúde para registro de relatos de violência obstétrica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que o total de partos cesáreos em relação ao número geral de partos realizados em um serviço de saúde seja de 15%. No entanto, entre os anos 2000 e 2018, dos mais de 56 mil partos realizados pelo SUS em todo o Brasil, 51,3% foram partos vaginais e 48,7% de cesáreas. “Tal cenário é justificado por inúmeros motivos, todavia, o principal é a falta de apoio na escolha pelo parto normal, tanto por parte de médicos como por parte da própria família da gestante. O tema é complexo e pede uma mudança de cultura neste sentido”.
A vereadora relata outros dados, ainda mais preocupantes, segundo pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo (2010), uma em cada quatro brasileiras sofre algum tipo de violência durante o parto, seja verbal (xingamentos, frases de conotação sexual) ou física (procedimentos dolorosos e desnecessários ou sem consentimento). “Além disso, o direito à presença de um acompanhante tem sido desrespeitado, o que, sem dúvidas, contribui para a prática da violência obstétrica. Por esse motivo, é fundamental que haja a expansão do acesso à informação acerca dos direitos reprodutivos pré, durante e pós-parto”, reforça Natália de Menudo.
Para a autora, é fundamental que os direitos das mulheres sejam resguardados, tanto no trabalho de parto quanto no atendimento médico que receber, e que o Poder Público se comprometa a disseminar e proporcionar acesso à temática do parto. “Para que as gestantes tenham um pós-parto emocionalmente saudável, a produção de leite não seja comprometida e as oscilações hormonais e de humor, típicas dessa fase, não se tornem uma depressão pós-parto, é muito importante que as parturientes vivenciem uma gravidez e um parto de forma respeitosa e tranquila”.