Ana Lúcia lamenta situação em Fernando de Noronha pela proibição de pousos de grandes aeronaves

A vereadora Ana Lúcia (Republicanos) lamentou a situação de comerciantes e moradores do Arquipélago de Fernando de Noronha que estariam enfrentando desabastecimento de produtos como frutas, verduras e medicamentos. Durante a reunião plenária da Câmara do Recife, realizada nesta terça-feira (25), ela disse que a situação ocorre em função de uma decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que proibiu o pouso de aeronaves turbojatos, que faziam o transporte dessas mercadorias.

A medida está em vigor desde 12 de outubro. Das duas empresas que realizavam operações de pouso na ilha apenas uma está mantendo o serviço, utilizando aviões menores. De acordo com Ana Lúcia, a população de Fernando de Noronha está sofrendo. “E com a restrição de aeronaves grandes, a população tem vivido dias de horror. Apenas a companhia Azul está mantendo os seus voos porque a Gol simplesmente suspendeu justificando que não tem aeronaves menores. Mercadinhos e supermercados estão esvaziados porque não chegam alimentos na ilha. Se já era difícil o acesso para chegar lá, hoje é apenas por via marítima. Os funcionários que lá trabalham não estão conseguindo retornar porque eles têm um período que vêm visitar famílias no Recife. Nós não vimos uma única fala do governo do Estado com relação à recuperação de emergência daquela pista”.

A parlamentar citou, ainda, a publicação do Jornal do Commercio, no Blog do Jamildo sobre a questão de Noronha. "Mesmo com a restrição de voos no aeroporto de Fernando de Noronha, o Governo de Pernambuco luta com a burocracia do Governo Federal para retirar R$ 18 milhões previstos no orçamento da União para o aeroporto do arquipélago e repassar os mesmos recursos para o aeroporto de Serra Talhada, no sertão do Estado. É preciso analisar essa questão seríssima".

No aparte, o vereador Paulo Muniz (SD) enfatizou que Fernando Noronha é um patrimônio do mundo e teceu críticas às condições do aeroporto da Ilha e em Muro Alto. “Vem gente do mundo todo visitar Fernando Noronha. E, no Recife, é a estrada de Muro Alto, onde estão os maiores resorts do nosso Estado a uma das praias mais famosas do Brasil: Porto de Galinhas. A estrada de Muro alto é uma vergonha e a pista do aeroporto de Noronha deixa a desejar, expondo um vexame na condução do nosso turismo de Pernambuco”.

Renato Antunes (PL) lamentou a situação dos moradores de Fernando de Noronha e criticou que a responsabilidade seja direcionada ao Governo Federal. “A gente não fala nem só do turismo, mas dos mais de quatro mil moradores daquela região que não têm alimentação. Está faltando o básico. O que me incomoda aqui é sobre a transferência de responsabilidade do governo estadual. Porque quando tudo vai mal, a culpa é do governo federal. A ANAC, de forma responsável, interditou a pista, pois ela é responsável. O que está sendo feito com os impostos que são arrecadados em Fernando Noronha? A gente precisa rediscutir, inclusive, a privatização daquele aeroporto, como está sendo feito em outros locais, pois o Estado já mostrou que não tem planejamento para administrar. Então, que entregue à iniciativa privada e cobre resultados”.

Já a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) enalteceu que as verbas destinadas à manutenção, criação e construção dos aeroportos são de responsabilidade do Governo Federal. “Há de convir que 20 milhões de reais não recuperariam o problema, hoje, da pista de Fernando Noronha. A pista é de responsabilidade da ANAC, a qual é um corpo federal. O problema é que o Governo Federal quer fazer uma única coisa: privatizar os aeroportos, como privatizou o nosso Guararapes, e quem viaja por lá, observa que até está caindo água do teto. Os impostos de Noronha têm um destino próprio e não podem ser investidos na pista do aeroporto. Quem tem que investir no aeroporto é o Governo Federal. Várias vezes houve pedidos para a manutenção dessa pista ao Governo Federal”.

Fred Ferreira (PSC) disse que era preciso ter um olhar especial da gestão estadual para a ilha Fernando de Noronha. “A ida de barco fica muitas vezes inviável. Ultimamente, teve um acidente de um barco que levava alimentos e afundou. E a falta dessa pavimentação já era para ser prevista há muito tempo”.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 25.10.2022