Câmara realiza homenagem ao centenário de nascimento da Irmã Adélia

O vereador Tadeu Calheiros (Podemos) promoveu uma reunião solene, na Câmara, na tarde desta segunda-feira (17), para homenagear o centenário de nascimento de Irmã Adélia. Falecida no ano de 2013, a religiosa dedicou sua vida à Igreja Católica. Por ter presenciado aparições de Nossa Senhora das Graças, foi aberto um processo de beatificação e canonização da Irmã que poderá ser a primeira Santa pernambucana. Religiosos e familiares estiveram presentes na Casa. O vereador Zé Neto (PROS) presidiu o evento.

Compuseram a mesa da solenidade, a Irmã Marcela Sarmento, da rede Damas Educacional; padre José Gomes de Melo representando a Diocese de Pesqueira; a Irmã Cleonice Aparecida, Provincial do Brasil das Religiosas da Instrução Cristã; Irmã Eulália Maria Wanderley, do Instituto das Religiosas da Instrução Cristã e o professor Carlos André Silva de Moura, presidente da Comissão Histórica da Causa de Beatificação e Canonização da irmã Adélia.

No dia 6 de agosto de 1936, há 86 anos, a vida de Maria da Luz Teixeira de Carvalho mudou por causa de Nossa Senhora das Graças. A 215 km do Recife, no pequeno distrito da cidade de Pesqueira, conhecido como Cimbres, a menina acompanhada da amiga de 16 anos, Maria da Conceição, viu a imagem de uma senhora vestindo um manto azul e branco, carregando uma criança nos braços. De início, a experiência de Irmã Adélia não foi compreendida, pois a vizinhança não acreditava no seu relato. No entanto, após procurarem o monsenhor José Kherle, o então secretário-geral da Diocese de Pesqueira testemunhou as aparições.

Desde então, a religiosa presenciou outras aparições de Nossa Senhora. A última, em 1985, quando, diagnosticada com câncer e já bastante debilitada, afirmou que foi curada da doença por graça da Santa. Atualmente, no local onde aconteceram as aparições de Nossa Senhora, existe um santuário que recebe centenas de fiéis todos os anos.

Tadeu Calheiros citou que o processo de beatificação e de canonização ainda está em tramitação no Vaticano, mas acredita que será aprovada a santidade de Irmã Adélia. “Não resta dúvidas de que ela intercede por cada um de nós, e já foi proclamada “Santa” em nossos corações! Sinônimo de discrição, simplicidade, humildade, bondade, fé, solidariedade e devoção à Nossa Senhora, a menina simples do agreste pernambucano deixou o exemplo de obediência a Deus e de serviço aos mais pobres. Avessa a holofotes, fez da sua própria vida um ato de servir a quem mais precisava. Tinha o olhar de Jesus em tudo. Ajudou muita gente”.

O parlamentar recordou a vida de Irmã Adélia e detalhou as aparições de Nossa Senhora das Graças. “Ainda criança, em 1936, quando morava no Sítio Guarda, distrito de Cimbres, em Pesqueira, a sua vida começou a ser transformada com as aparições de Nossa Senhora, ao lado da irmã de criação, Maria da Conceição. As duas tiveram experiências sobrenaturais com a Virgem das Graças. São inúmeros os relatos de curas físicas e emocionais, relacionadas à intercessão de Irmã Adélia junto à Nossa Senhora.  Quem conviveu com a nossa homenageada chancela que a sua vida foi de muita simplicidade. Estamos todos com o coração repleto de esperança para que a Igreja reconheça de forma oficial, o quanto antes, a santidade de Irmã Adélia. Lançamos este nosso pedido, como diz o hino do Colégio Damas: para o alto, para os céus e para Deus (com quem a Irmã está agora). Que Santa Adélia continue intercedendo por cada um de nós e por nossas famílias”.

Após as palavras de Tadeu Calheiros, um vídeo foi exibido em homenagem à Irmã Adélia. As religiosas Irmã Marcela Sarmento, Irmã Eulália Maria Wanderley e Irmã Cleonice Aparecida receberam uma placa do parlamentar. Uma apresentação de poesias foi realizada no plenário pelos estudantes da Escola Nossa Senhora das Graças.

Na tribuna, o professor Carlos André Silva de Moura enalteceu o valor da Irmã Adélia que esteve, segundo ele, presente em diversos campos periféricos. “Com atuação social, em projetos de inclusão educacional e buscava oferecer dignidade ao povo humilde. Em suas ações, a Irmã ouvia os clamores do seu povo. A vida em caridade, trabalhos sociais e uma vida religiosa devotada, além das narrativas sobre sua história, têm sido conhecidas nos últimos anos com demonstração de profunda devoção e compromisso com o trabalho eclesiástico. O testemunho de sua consagração e serviços de caridade, sobretudo aos mais necessitados, fizeram florescer a sua fama de santidade. Apenas no final da vida falou dos fatos marianos. Sem, contudo, chamar para si a atenção e isso é um pressuposto básico para a abertura de um processo de beatificação”.

A Irmã Cleonice Aparecida ressaltou, na Casa de José Mariano, que tem a Irmã Adélia no céu como uma grande intercessora. “Que viveu a espiritualidade materializada e concretizada em sua missão, até o último momento de vida. De fato, contemplar a missão da Irmã Adélia é ver o sacrifício e a consagração dedicados em cada ato”.

Irmã Eulália Maria Wanderley citou que a Irmã foi uma apaixonada pela humanidade e seguiu os passos de Jesus. “Ela, na sua simplicidade, integrou em sua vida os sentimentos de Jesus Cristo. Por isso, deixou rastros luminosos para todos nós nesse testemunho de vida que comprova a sua santidade, pelo bem que fez e espalhou por onde passou. Desejamos de todo o coração que a Igreja reconheça, oficialmente, e eleve a honra dos altares àquela que hoje no coração de muitas pessoas já é santa. Que a vida de Irmã Adélia inspire a nossa. E que cada um de nós possa contar com essa amiga e Irmã que está no céu”.

Ao finalizar o evento, o vereador Zé Neto falou da satisfação em conduzir a solenidade na Câmara Municipal do Recife. “Uma justa homenagem do vereador Tadeu Calheiros a uma pessoa que dedicou a sua vida à evangelização e a um grande trabalho social”.    

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Em 17.10.2022