Dani Portela agradece votação e conclama eleitores para segundo turno

Dani Portela ocupou a tribuna, inicialmente, no Pequeno Expediente, que é a parte inicial da plenária em que os parlamentares falam por cinco minutos, com temas específicos. O segundo momento, no Grande Expediente, quando vereadoras e vereadores podem aprofundar seus debates, com direito a serem aparteados. Nas duas ocasiões, Dani Portela falou dos resultados eleitorais, lembrou que “o jogo ainda está sendo jogado” e que o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, está à frente do concorrente, Jair Messias Bolsonaro. “Ele está com cerca de seis milhões de votos na frente para Presidente da República. Seis milhões. Logo, é preciso arregaçar as mangas, ousar, lutar, vencer, montar um ministério porreta, fazer um excelente governo, recolocar o Brasil onde ele merece estar e virar este jogo. A democracia brasileira é jovem e frágil e precisa ser de fato participativa com representação de mulheres, negras e negros, sem terra, sem teto, com a população LGBTQIA+”.

Para a vereadora, o segundo turno das eleições será uma escolha concreta sobre dois candidatos. “Um, que tirou o Brasil do mapa da fome e outro que está entregando o país como 33 milhões de pessoas na miséria; um governo, que investiu na escola pública e criou universidades e o outro que cortou os recursos da educação e deixou as universidades sem dinheiro até para comprar papel higiênico; um que fortaleceu o SUS e outro que desdenhou de pessoas com falta de ar por causa da covid-19 e que agora cortou as verbas até da farmácia popular”. Caso o ex-presidente Lula vença no segundo turno, segundo Dani Portela, “o Brasil voltará a investir na cultura, que foi tão atacada pelo atual governo”, assim como “fortalecerá o SUS” e adotará medidas econômicas que melhorem a vida da população mais pobre.

Dani Portela ressaltou que o primeiro turno das eleições trouxe bons indicativos políticos para a esquerda. Ela deu como exemplo o fato de que a bancada do PT, no Congresso Nacional, saiu de 54 para 80 deputados federais, o PSOL elegeu outros 14 deputados federais e duas mulheres trans foram eleitas: Erica Hilton, pelo estado de São Paulo;  e Duda Salabert, por Minas Gerais. “Além disso, Guilherme Boulos teve mais de 1 milhão de votos em São Paulo e agora vai ser mais uma voz das esquerdas em Brasília”. Vários nomes da direita, segundo a vereadora, não se elegeram, a exemplo de Joice Hasselman, Janaína Pascoal, Nise Yamaguchi, Eduardo Cunha e Cristiana Brasil.

A vereadora aproveitou para lembrar que as eleições também têm um dado favorável: por pouco não elegeu, em Pernambuco, uma mulher trans e negra, do PSOL, para a Câmara dos Deputados. “Robeyonce Lima não venceu eleitoralmente, mas obteve 80 mil votos. Para mim foi uma enorme vitória política. Nunca antes na história de Pernambuco uma mulher travesti, vinda do Alto Santa Terezinha, filha de uma trabalhadora doméstica, teve 80 mil votos. Mas a história de Robeyonce não pode ser resumida a isso. Ela é geógrafa e advogada, ela fala sete línguas. É uma poliglota. É uma mulher preparada e, no tempo dela, vai chegar a este posto”. Dani Portela lembrou que Pernambuco é um estado “muito violento para as mulheres trans e travestis” e observou que há cerca de um ano, uma delas, Roberta, foi queimada viva no Cais de Santa Rita, o que, para ela, reforça a importância da grande votação de Robeyonce Lima.

Dani Portela gradeceu à população do Estado que a elegeu, aos vereadores e vereadoras do Recife com quem conviveu e continuará convivendo até dezembro, além de sua equipe, e aos servidores da Câmara Municipal. Ela relembrou a sua trajetória política até ocupar o cargo de vereadora mais votada do Recife, nas eleições de 2020. “Quando cheguei aqui, fui bem recebida por todos e todas, independentemente de ideologia. Esta é uma Casa Legislativa muito democrática, com pessoas que divergem na política, mas que sabem conviver”. Ela ressaltou, sobretudo, a parceria com o vereador Ivan Moraes, também do PSOL. “Não posso deixar de registrar um agradecimento especial ao nosso colega de bancada, o nosso ‘vereamor’, o querido Ivanzinho, que me acolheu quando eu cheguei. É muito bom não chegar sozinha”.

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Em 03.10.2022.