Ivan Moraes critica nova decisão do Conselho Federal de Medicina sobre tratamentos com canabidiol

O vereador Ivan Moraes (PSOL) criticou, durante a plenária da Câmara Municipal do Recife desta terça-feira (18), a publicação da nova norma pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o uso do canabidiol. O Conselho autorizou que produtos de cannabis sejam usados apenas para tratar alguns quadros de epilepsia e proíbe a prescrição de “quaisquer outros derivados (da cannabis sativa) que não o canabidiol”. Além disso, a resolução cita ser “vedado” aos médicos prescreverem a substância para outras doenças, exceto se o tratamento fizer parte de estudo científico.

“Com todo respeito aos profissionais da saúde, o Conselho Federal de Medicina lançou um documento, em nítida perseguição, a milhares médicos e médicas e centenas de milhares de pacientes que precisam de medicamentos à base de maconha. O mesmo Conselho que ficou calado e quando se manifestou sobre o pseudo tratamento precoce com cloroquina para o coronavírus, dizia que isso fazia parte da autonomia médica. E hoje, em 2022, o CFM lança um documento perseguindo médicos e médicas que prescreverem medicamentos à base de maconha e que não poderão mais dar palestras, nem de participar de oficinas de conhecimento sobre esse tema”.

Ivan Moraes recordou que o colegiado tem uma base técnica de documentos publicados em 2015 muito mais avançada, e que torce para que a nova decisão seja revogada. “É como se o CFM tivesse admitido, por esse documento, que de 2015 até 2022 não tivessem lido nada sobre o uso medicinal terapêutico da maconha. E o mais curioso ainda é que o mesmo CFM, em 2019, já havia publicado uma resolução com muito mais progresso e muito mais adequada. Infelizmente, o CFM está aparelhado pela política partidária para se aproximar de um presidente da República que tirou dinheiro do SUS. Tenho certeza de que essa resolução será revogada. Se ela não for revogada administrativamente por pressão dos próprios médicos e associações de saúde, certamente será revogada na justiça porque nós não podemos conceber que, em 2022, um Conselho Federal de Medicina se posicione contra tratamentos que vêm não apenas dando certo, mas revolucionando na melhoria de vida de milhares em nosso país”.

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Em 18.10.2022