Alcides Cardoso entrega Título de Cidadão do Recife ao Padre Arlindo

A solenidade foi presidida pelo vereador Felipe Alecrim (PSC), que compôs a mesa com o vereador autor do requerimento; o homenageado; o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Fernando Cerqueira; a deputada estadual e vice-governadora eleita, Priscila Krause; e o prefeito de Tamandaré, Isaías Honorato da Silva Marques. Outros desembargadores e juízes estiveram presentes, além do prefeito de Olinda, Professor Lupércio; de militares e pessoas de fé católica. Felipe Alecrim convidou a todos os presentes para que acompanhassem o Hino Nacional Brasileiro e em seguida, Alcides Cardoso foi à tribuna fazer o discurso de saudação. “Não é difícil falar do padre Arlindo. Nascido em Rio Doce, Olinda, em 19 de julho de 1975, Arlindo Laurindo de Matos Júnior desde cedo lutou com as dificuldades da vida.  A mãe foi empregada doméstica e o pai, jornaleiro. Ele tem origem humilde, mas desde cedo se dedicou aos estudos”, disse.

Discurso - O vereador ressaltou que o padre Arlindo, desde jovem, sempre se destacou pela inteligência e por tirar boas notas. Já adolescente, trabalhou em um posto de gasolina enquanto cursava Enfermagem no Colégio Almirante Soares Dutra, estagiando, ainda, em diversos hospitais.  “O sonho de ser padre surgiu na infância, por volta dos seus seis anos de idade. A pedido do seu avô materno, Arlindo começou a frequentar a missa semanalmente, durante dois anos. Esse foi o encontro do menino com a igreja, despertando sua vocação e sua vontade de ficar perto de Cristo”.

Conforme disse o vereador Alcides Cardoso, Arlindo Laurindo de Matos Júnior entrou para o seminário aos 16 anos e foi ordenado padre no dia 2 de fevereiro de 2001. Assumiu a vice-reitoria na formação dos seminaristas religiosos da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, em Paulista (PE). O vereador ressaltou que o Padre Arlindo foi vigário na Paróquia de Paratibe, Paulista, bem como administrador paroquial em Catende. Nessa cidade, se destacou como grande realizador de grandes construções, como várias igrejas e uma praça, além de adquirir vários imóveis para a Paróquia. Foi designado, em 2006, Pároco da cidade de Tamandaré (PE), onde permanece até hoje.

“Ele construiu uma notável e expressiva igreja na cidade de Tamandaré, o que favoreceu o turismo e o crescimento econômico dos seus arredores, visto que turistas dos mais diversos lugares têm a construção como referência nacional no turismo religioso. Depois da Nova Matriz, mais 7 igrejas foram construídas na zona rural da cidade. Com o tempo e a presença maciça do Padre, Tamandaré está se transformando em uma referência quando o assunto é turismo religioso”.

Com o passar dos anos, de acordo com Alcides Cardoso, o padre Arlindo foi sendo cada vez mais reconhecido pelo seu trabalho, tendo um currículo admirável: Cidadão Catendense; Cidadão Tamandareense; Comendador com Placa, concedido pelo Grande Oficial da Ordem do Mérito Consular, assinado nos 25 anos da Convenção de Viena, a qual é uma Ordem fundada no Palácio de Hofburg, na Áustria.

Além disso, segundo afirmou o parlamentar, o padre Arlindo já recebeu diversos prêmios, como a Medalha do Mérito, Prestígio e Popularidade Comunitária, da Câmara Municipal de Tamandaré, pelos relevantes serviços prestados às comunidades menos favorecidas do Estado de Pernambuco; Diploma de Cidadão Agapeano pelo Caxangá Ágape; Medalha Pernambucana do Mérito Policial Militar, concedida pelo governador do Estado de Pernambuco; Diploma Amigo dos Bombeiros, do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco; Pessoa Amiga do Turismo, concedida no Prêmio Pernambuco de Turismo, promovido pela Secretaria de Turismo do Governo do Estado de Pernambuco.

“Ademais, é o idealizador do Projeto Sementes de Bem, concretizado em forma de assistência profissional, como a de médicos, advogados, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros voluntários, para atender à população carente gratuitamente. Idealizou, também, o Dia da Consciência Cristã, que foi inserido, mediante Lei Estadual, no Calendário de Eventos do Governo do Estado de Pernambuco, cuja renda gerada é direcionada para a Creche Padre Enzo. O homenageado é diretor da creche e presta assistência a cerca de 500 crianças em situação de risco na cidade de Tamandaré”.

O vereador Alcides Cardoso disse, ainda, que o Padre Arlindo foi o homem que inaugurou o movimento de voluntários para limpar as praias do Nordeste quando houve a invasão do óleo em 2019, justificando, assim, o Título de Pessoa Amiga do Turismo, da Secretaria de Turismo do Governo do Estado de Pernambuco. Ele também lembrou que o padre Arlindo reeditou, em 2019, a Campanha “A Fome Não Pode Esperar”, arrecadando e distribuindo toneladas de alimentos à população carente. Após o discurso, o vereador entregou o diploma com a respectiva medalha a Arlindo Laurindo de Matos Júnior, que passou a ser Cidadão do Recife. Uma apresentação, em conjunto, foi feita pelos músicos Almir Rouche, Anna Alves e Viviane Arruda. E um vídeo, que narra a vida do padre, foi exibido no telão do plenário da Câmara do Recife.

Saber viver - O padre Arlindo foi convidado a fazer o discurso de praxe nessas solenidades. Pediu para quebrar o protocolo. “Sou de Rio Doce, da Rua das Margaridas, segunda Etapa, e queria falar embaixo”. Em vez de fazer referências especiais, no discurso, ele se referiu a todos os presentes como “amigos”. Disse que gostava quando as pessoas dizem que sentem saudade dele e que, por ser vaidoso, também gosta que as pessoas se orgulhem dele. Lembrou de fatos de sua infância, das dificuldades financeiras que a família enfrentava; das vezes que precisou se deslocar de Rio Doce para a Avenida Dantas Barreto, no centro do Recife, onde levava a marmita para o pai, que trabalhava numa banca de jornal. Lembrou da professora Eliete, que lhe apoiou na quinta série, ao descobrir que ele não tinha comido naquele dia. “Graças à professora, hoje estou aqui. E não posso deixar de lembrá-la”. Também lembrou das vezes que foi vender santinhos, com a mãe, no Morro da Conceição. “Para sobreviver”.

Padre Arlindo falou da importância de perseverar e “das dores que fazem o coração sangrar”. Um discurso de otimismo: “No final de tudo é importante dizer que valeu a pena”. Ele afirmou que carregava o Recife no peito, pois na sua infância e adolescência esteve muito presente na cidade. “O Recife me acolheu antes”, afirmou, lembrando das ruas do centro do Recife, que percorreu muitas vezes. “Mas hoje eu vou aproveitar, que estou recebendo o Título de Cidadão do Recife”. Também fez todos os presentes na solenidade cantarem a música “é preciso saber viver”, canção de Erasmo Carlos, e concluiu: “A maior faculdade é a própria vida. O caminho que a gente faz é mais importante do que a chegada”. Ele agradeceu pelo Título, ressaltou a importância da democracia e falou da importância da poesia para a vida: “Se um dia a gente perder a capacidade de ver a poesia na vida, perdeu tudo. Verei a minha vida sempre com poesia, mas se for preciso serei palhaço, com alegria”. Encerrou o discurso cantando a música “Como uma onda no mar”, de Lulu Santos, em seguida, trechos de frevos e também, "O que é, o que é?", de Gonzaguinha. No final, o presidente da solenidade, vereador Felipe Alecrim, fez o encerramento, com o Hino da Cidade do Recife.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 23.11.2022.