Ana Lúcia cobra detalhamento do uso de recursos provenientes de empréstimos da Prefeitura

Aprovado pela Câmara Municipal em segunda discussão nesta terça-feira (6), o projeto de lei do Executivo nº 50/2022 vai autorizar a Prefeitura a tomar um empréstimo de até R$ 200 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ações de segurança cidadã no Recife. Apesar de declarar voto favorável à contratação dos créditos, a vereadora Ana Lúcia (Republicanos) não deixou de subir à tribuna da Casa durante a discussão para destacar suas ressalvas à proposta. De acordo com ela, o texto enviado pela Prefeitura não contém as informações que seriam necessárias para o Legislativo analisar como o montante será gasto.

Na justificativa que acompanha o projeto, o prefeito João Campos (PSB) afirma que, dentre os investimentos previstos, estão a implementação do Centro de Operações do Recife, de novas unidades dos Centros Comunitários da Paz (Compaz) e o aumento de ações sociais descentralizadas por meio da implementação de Centros Arrecifes.

Para Ana Lúcia, entretanto, os dados fornecidos pela Prefeitura são insuficientes. “Eu não vou entrar no mérito da importância do Compaz, porque sei o quanto ele é importante. Mas quanto custa? Quantos serão construídos com esse montante?”, questionou. “Eu vejo a cidade carente de projetos para que o cidadão e a cidadã recifense possam ter esse acolhimento. Mas é preciso que esta Casa saiba o quanto será aplicado em cada obra”.

Em aparte, o vereador Renato Antunes (PL) afirmou que o controle sobre os empréstimos feitos pela Prefeitura se relacionam com uma preocupação com a saúde financeira do município no longo prazo. “A Prefeitura tem que ser transparente e mostrar como está gastando para não comprometer as futuras gestões”, explicou. “É importante dizer que gestão se faz cortando onde deve ser cortado, e não simplesmente contrair empréstimos e justificar que vai transformar o Recife, mas sem fazer o dever de casa”.

Vice-líder do governo na Casa, o vereador Rinaldo Junior (PSB) defendeu a proposta e adiantou que propostas futuras vão levar as críticas dos parlamentares em consideração. “Esse projeto que votamos hoje é uma autorização para que a Prefeitura do Recife contraia essa operação de crédito. Na justificativa do projeto fala onde vai ser aplicado”, indicou. “Vossa Excelência trouxe um ponto importante. A partir de agora, fui desafiado. Todo empréstimo que a gente for contrair, a gente vai colocar em votação somente quanto cada centavo vai ser aplicado, nos valores dos orçamentos”.

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Em 06.12.2022