Liana Cirne lamenta mortes de oito mulheres em meio ao Carnaval

Durante o Carnaval, a Polícia Civil de Pernambuco registrou o assassinato de ao menos oito mulheres no Estado. Os casos foram repercutidos na Câmara do Recife nesta terça-feira (28) pela vereadora Liana Cirne (PT), no plenário. De acordo com a parlamentar, as mortes contrastam com o período de alegria representado pelo Carnaval e possuem uma raiz em comum: a misoginia. “Enquanto nós aceitarmos que mulheres morram durante uma folia ou em qualquer situação, nós estamos acobertados de vergonha. E isso não pode se repetir”.

Liana Cirne afirmou que a ocorrência desses crimes indicam a gravidade do problema brasileiro de violência contra as mulheres. “Que sociedade doente é esta, em que o momento de alegria, de festa e celebração se transforma em um ápice da violência contra a mulher. Quando estamos brincando, sorrindo, vivenciando as nossas fantasias carnavalescas. Quando nós estamos expressando, materializando o nosso patrimônio cultural imaterial”.

Para a vereadora, é preciso enquadrar a misoginia como crime de ódio. “O nome dessa doença é patriarcado, é misoginia. Misoginia que, até hoje, não é criminalizada como outros crimes de ódio. O racismo é criminalizado como crime de ódio; a transfobia é criminalizada como crime de ódio. E a misoginia não é. Nós precisamos urgentemente entender que misoginia é crime de ódio e como tal deve ser tratada e punida”.

Durante o seu discurso, Cirne solicitou à Comissão Executiva da Câmara que guardasse um minuto de silêncio pelas vítimas. Adriana Karla Monteiro de Souza, Ivanice Maria da Silva, Maria Eduarda Conceição da Silva, Rute Vitória Cunha Lima, Viviane Maria do Nascimento, Karina José de Oliveira, Hosana Mirian Pedrosa foram os nomes das mulheres mortas durante o período de Carnaval – o crime cometido contra uma oitava vítima, morta no Alto José Bonifácio, Zona Norte do Recife, também é investigado pela Polícia.

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Em 28.02.2023