Pretas Juntas defende Casa de Redução de Danos

A abordagem das polícias Civil e Militar à Casa de Redução de Danos no Carnaval foi o tema destacado pela vereadora Pretas Juntas (PSOL) no plenário da Câmara do Recife desta segunda-feira (27). A parlamentar lamentou a atitude dos policiais, no último dia 20, em Olinda, e destacou a importância social da Escola de Redução de Danos, cujo sede fica no Recife e que já recebeu voto de aplausos da Casa de José Mariano “pelos serviços prestados à sociedade”.

Segundo a vereadora Pretas Juntas, a criação da Casa de Redução de Danos é uma ação da Escola Livre de Redução de Danos, mas foi fechada  por uma denúncia de apologia ao uso de drogas. “Os policiais nada acharam de ilícito e só apreenderam os kits de redução de danos usados pela organização para estimular a prevenção e cuidado na transmissão de ISTs e outras doenças. Com essa ação, exigiram o fechamento da casa, impedindo que diversas pessoas tivessem a possibilidade de acolhimento e cuidado”, afirmou. 

A parlamentar informou que a Escola Livre de Redução de Danos existe desde 2019 e o seu objetivo é promover o cuidado e o acolhimento das pessoas em situação de rua através do Centro de Convivência. O Centro trabalha com alimentação, banho, acesso a materiais de higiene e informativos sobre a história das políticas de drogas, assim como apoio psicológico. “É importante explicar que a redução de danos é uma política de saúde pública, que tem base jurídica e científica, ratificada pelo Ministério da Saúde e regulamentada pela portaria 1028 de 1º de julho de 2005, assinada pelo senador e também médico Humberto Costa (PT)”, disse.

Pretas Juntas fez questão de salientar que estão sendo disseminadas fakes news acerca do tema, que indica apologia. “Reduzir danos não é fazer apologia às drogas. Reduzir danos é cuidar das pessoas em liberdade, garantindo informação e acolhimento. Precisamos acolher as pessoas e não punir”, explicou. 

Ainda sobre o mesmo tema, a vereadora apontou “números alarmantes” sobre a política de drogas, genocídio e encarceramento no País. “O Brasil é o terceiro do mundo que mais encarcera, e a maioria das pessoas que estão presas foram por crimes relacionados às drogas. Não é possível que a resposta da política pública à questão das drogas seja a de prender, matar e punir as pessoas em sua maioria sempre negras e pobres. O psiquiatra recifense Evaldo Melo afirma que o nosso papel é produzir uma política pública sobre drogas como uma questão de saúde pública, e é por isso que lutamos”, enfatizou. 

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 27.02.2023