Tadeu Calheiros propõe e Câmara aprova carteira para pessoas com fibromialgia

A Câmara do Recife aprovou nesta segunda-feira (27), em primeira discussão, o projeto de lei nº 151/2022, que institui no município a carteira de identificação e o adesivo de identificação para os veículos de pessoas com fibromialgia. Durante a reunião plenária, o autor da proposta, vereador Tadeu Calheiros (Podemos), subiu à tribuna para defendê-la. De acordo com dados citados pelo parlamentar, a enfermidade atinge 2% da população mundial, sendo que em 90% dos casos as pessoas são mulheres.

Na tribuna, Calheiros acrescentou que, por ser uma doença que causa dor muscular generalizada e crônica, a fibromialgia afeta a vida profissional e emocional dos pacientes. “Muitas vezes, a [pessoa com] fibromialgia é tida por alguns, que não têm conhecimento, como a pessoa que não tem disposição para trabalhar, que tem preguiça para isso ou para aquilo. Ainda é um duplo sofrimento pelo qual essas pessoas passam”.

Segundo o vereador, a emissão da carteira será feita de forma controlada pelo poder público. “Essa proposta visa a que a carteira seja feita por indicação dos órgãos competentes do Poder Executivo, que vai ser quem vai emitir, para ter um controle. Claro que sem custos”, disse, acrescentando que a medida também pode servir como norte para o atendimento dessas pessoas. “Serve como um marcador para nós propormos saúde pública. Você vai poder numerar e ter um quantitativo de quantas pessoas sofrem com fibromialgia aqui no município do Recife”.

Em aparte, a vereadora Liana Cirne (PT) refletiu sobre a forma como a fibromialgia penaliza especialmente as mulheres. “Essa doença, de fato, atinge quase exclusivamente as mulheres. E, por isso mesmo, é uma doença invisibilizada. Poucas pessoas sabem o que é fibromialgia. É uma doença terrível, muitas vezes incapacitante. Uma mulher que sofre de fibromialgia tem todos os aspectos da sua vida alterados. A dor é tão intensa que ela não consegue exercer sua função de mãe e passa a ser cuidada pelos filhos, mesmo quando os filhos são crianças”.

A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) relatou ter presenciado o sofrimento de pessoas próximas de seu convívio coma fibromialgia e defendeu a oferta, pelo Sistema Único de Saúde, de óleo de Cannabis para o tratamento da doença. “São mulheres que perdem o emprego, que têm a dificuldade da compreensão familiar. É posta como aquela que é preguiçosa, que não consegue tomar conta das coisas. Não são poucas as mulheres que sofrem com fibromialgia. A gente precisa divulgar, sensibilizar os médicos. O seu projeto joga luz sobre o assunto”.

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Em 27.02.2023