Câmara aprova em primeira discussão Semana do Direito à Memória e à Verdade
Segundo Pedrosa, a necessidade de disseminar informações sobre a história do período autoritário poderia ter evitado eventos violentos recentes no país. “No dia 8 de janeiro de 2023, nós vivenciamos uma tentativa de golpe neste país. E isso é fruto da falta de construção da memória coletiva”, disse. “Se nós tivéssemos estudado nas escolas, se nós não tivéssemos colocado debaixo do tapete, se as pessoas soubessem do que é capaz um regime autoritário militar, se as pessoas tivessem acesso à verdade, dificilmente aquele dia 8 teria acontecido. O que está faltando é o direito histórico a saber o passado”.
A vereadora mencionou a experiência de países como Argentina e Portugal, que promoveram ações de justiça e realizam esforços de memória para manter a sociedade consciente dos riscos do autoritarismo após a derrocada de regimes ditatoriais. “Infelizmente, a forma como nós construímos a anistia, que foi o consenso possível naquela época, fez com que a gente não pudesse julgar os crimes praticados pelos militares. Se nós tivéssemos julgado, feito a Argentina o fez, as atrocidades cometidas contra cidadãos e cidadãs que só estavam lutando pelo direito à fala, à liberdade, à justiça, à inclusão social, dificilmente teríamos o que temos hoje. Nós temos, hoje, Forças Armadas completamente dissociadas de um projeto de nação brasileira”.
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Em 21.03.2023