Liana Cirne enfatiza audiência pública sobre as chuvas no Recife
“Ano passado, nós tivemos 120 mortes, quase todas em poucas horas. Foram 120 famílias enlutadas. Muitos de nós, vereadoras e vereadores, estivemos nas áreas de desabamento e vimos, no dia seguinte, o desastre ambiental. No Ibura foi a maioria das mortes. Não é fácil lidar com esse tipo de realidade até porque a gente não pode cometer o erro de falar em mudanças climáticas pensando no futuro, mesmo que esse futuro seja um futuro breve. A gente já tem que falar no passado. O clima mudou e as mudanças climáticas ocorreram”, ressaltou.
A vereadora citou como referência a cidade de São Paulo que sofreu com grandes precipitações e enfatizou que existe o chamado racismo ambiental. “Este ano, tudo indica que as chuvas serão ainda maiores do que as de 2022. Isso porque em São Paulo o volume de precipitação de chuva em 24 horas foi bastante superior ao volume de 2022. Ano passado, em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas foram 300 mortos. Só a nossa Região Metropolitana foram 120 e a ferramenta de observação das costas mundiais aponta um risco. Quando olhamos para a cidade do Recife, quase toda consta como potencial área de alagamento. Mas a gente não pode falar de mudanças climáticas sem falar de um outro fenômeno que é o racismo ambiental. O clima muda para todas e todos, mas os danos letais da chuva estão atingindo somente quem mora nas áreas pobres. As pessoas que morreram eram pobres. Precisamos nos preparar porque a sociedade não aceita mais, de nós políticos, que digamos que fomos surpreendidos com a chuva”.
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Em 13.03.2023