Luiz Eustáquio discorda de voto de aplausos à ação Fique Suave

O vereador Luiz Eustáquio (PSB) discutiu o requerimento número 1648/2023, de autoria dos vereadores Pretas Juntas (PSOL) e Ivan Moraes (PSOL), que concede voto de aplausos à ação Fique Suave, idealizada e executada pela Escola Livre de Redução de Danos, pelos serviços de atenção, cuidado e acolhimento voltado às pessoas usuárias de álcool e outras substâncias psicoativas, durante os carnavais de 2020 e 2023 nas ladeiras do sítio histórico de Olinda. “Eu percebo não ter condições de dar um voto de aplauso nesse caso. O trabalho da Escola Livre de Redução de Danos pode ter sido na intenção de redução, mas o que foi visto na imprensa, e que virou caso de polícia, foi como a mensagem foi passada na ação".

 A proposição foi rejeitada em plenário por 12 votos não, seis votos sim e uma abstenção. "Tenho visto muita gente sofrendo. Muitas famílias e jovens que já conheci, já escutei, e que depois perderam a vida para a violência da droga. Tem muitos que deram um passo à frente e suas vidas foram transformadas e sou testemunha disso. Nos Estados Unidos, tinha a Lei Seca que durou quase 20 anos e depois cederam pela força financeira”, destacou o Luiz Eustáquio.

O parlamentar citou que esteve no Uruguai,  onde houve liberação de drogas, e constatou que a violência triplicou no local. Ele confessou, na tribuna da Casa, que acredita no resultado da abstinência. “Estive no Uruguai onde a maconha foi legalizada. Visitei os setores onde as pessoas trabalhavam e ouvi que a violência da droga triplicou depois da legalização. Quem mora, quem vive e convive dentro de favela sabe o que é a dureza [enfrentada pela] família, o sofrimento de uma mãe e da própria pessoa que usa e que, muitas vezes, fica preso e não consegue largar. A redução de danos é algo importante como meio, jamais como fim. Como meio, no sentido de poder tirar uma pessoa que está na droga afundado para que ele possa passar pela abstinência. É isso que eu acredito”.

No aparte, o vereador Ivan Moraes (PSOL) citou o caso da Lei Seca nos Estados Unidos e fez uma comparação dos comércios legal e ilegal. “A Lei Seca nos Estados Unidos acabou por conta violência. As pessoas não deixaram de beber álcool nos Estados Unidos. O álcool que era consumido era feito no porão, misturado com querosene, metano e com tudo que não prestava. Era muito caro e trazia muita violência, e é justamente o que acontece hoje com a proibição. O álcool permanece sendo prejudicial para a sociedade, mas é legal se você botar três bares um junto do outro,  porque você estaria criando um polo de diversão e entretenimento. Mas se você coloca três pontos de venda de drogas ilícitas, um junto do outro, você está criando uma guerra. E o tráfico arma a comunidade onde ele se localiza e as pessoas usam a arma sempre para o mal”.

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Em 28.03.2023