Ana Lúcia aprova votos de aplausos para entidades que trabalham com pessoas com autismo

Dois requerimentos que visam a inclusão de pessoas com autismo e o apoio a entidades que trabalham com a neurodiversidade foram discutidos e aprovados pela vereadora Ana Lúcia (Republicanos) na reunião plenária realizada pela Câmara Municipal do Recife, na manhã desta segunda-feira (3). Ambos os requerimentos são de sua autoria. “Também entramos com um projeto de lei criando o selo para identificar, no Recife, a escola amiga do autismo. Ele prevê que uma instituição que detenha esse selo tenha disponibilidade de dar um retorno à sociedade. Assim, poderemos celebrar a alegria de estarmos unidos, independentemente de sermos neurodiversos”, disse.

O primeiro requerimento discutido e aprovado pela vereadora Ana Lúcia foi o de número 2409/2023, concedendo voto de aplausos à Associação de Famílias para o Bem-estar e Tratamento da Pessoa com Autismo – a Afeto – “pelos relevantes serviços prestados às pessoas com autismo e às suas famílias”. O segundo requerimento, também aprovado, foi o de número 2459/2023, concedendo voto de aplauso à Associação Mães e Anjos Azuis, também “pelos relevantes serviços prestados às pessoas com autismo e às suas famílias”. Na discussão, a parlamentar questionou: “O que é inclusão? É apenas defender a obrigatoriedade legal ou acordar todos os dias pensando em incluir, contribuir e ajudar de alguma forma?”

A vereadora resgatou a história das duas associações, ao fazer a defesa dos requerimentos. Ela contou que a Associação de Famílias para o Bem-estar e Tratamento da Pessoa com Autismo, a Afeto, foi criada “há pouco mais de 20 anos” por uma senhora cujo nome é Ângela. Segundo a parlamentar, Ângela era gerente de banco e ao descobrir que sua filha era autista, pediu demissão do emprego e foi cuidar dela. “A Afeto surgiu de sua dor. Quero destacar que essas organizações surgem assim, da angústia das mães. Essas entidades são sempre capitaneadas por mães que têm filho com autismo”.

Ângela, segundo a vereadora Ana Lúcia, foi estudar sobre o autismo e buscar conhecimento para dar autonomia à filha Rafaela. “Mas, a luta de Ângela cresceu e ela não parou em si. Ela se profissionalizou e hoje compartilha conhecimento com professores, para dar informações sobre como as escolas devem lidar com crianças autistas”. Os preconceitos e as limitações são vencidas, de acordo com Ana Lúcia, com informação e conhecimento. A Afeto, localizada no bairro da Encruzilhada, ganhou outra militante, de acordo com a vereadora. Suzana, também mãe de autista, se associou a Ângela. As duas mulheres, hoje, estão à frente da instituição que dá assistência a 80 famílias, sempre com vistas a orientar para que as crianças ganhem autonomia.

“A intenção é fazer a Afeto crescer e atender a 200 famílias, mas as limitações são grades”, disse Ana Lúcia. Ao discutir o outro requerimento, a vereadora também relatou a história da Associação Mães e Anjos Azuis, criada por uma mãe de criança com autismo, a exemplo da Afeto. “Esta foi criada por Andreza, uma professora da rede municipal, que se descobriu mãe de um filho autista. Em seguida, ela teve um segundo filho, na verdade uma filha, também com autismo. “Andreza enfrenta o desafio de criar dois filhos com autismo. E não se limitou. Também foi estudar sobre o tema e falar sobre ele, num microfone, na rua onde mora, no bairro do Caçote.

Andreza passou a contar com pessoas que vieram auxiliar na sua luta. Muitas mulheres, com filhos diagnosticados com autismo, a procuraram e assim formaram a associação. “Esta, portanto, não é só a história de uma mãe. Nem só de Ângela, de Suzana ou de Andreza. Não é uma coincidência. Mas, é a história de todas as mães que enfrentam esse problema e querem garantir autonomia para seus filhos. É a história de luta de mulheres que não ficaram quietas, no seu cantinho. Crianças que têm autismo podem ter autonomia, ganhar oralidade. A inclusão está de fato na prática, eliminando-se o preconceito”.

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Em 03.04.2023.