Cida Pedrosa exalta projeto de sua autoria sobre a Batalha da Escadaria
De acordo com a vereadora Cida Pedrosa, a Batalha da Escadaria "não é uma batalha de dor", é uma batalha de versos. A proposição foi aprovada em primeira discussão nesta segunda-feira. “Não tem armas. A arma da Batalha é a construção da poesia oral, que a cena hip-hop traz para o Recife. A Batalha existe desde 2008, e cada um que quiser jogar seu verso na roda se inscreve e tem o direito à voz, à poesia. Cada um diz seus versos e ao final alguém é vencedor, numa arena onde todos vencem, porque participar de uma batalha já é vencer”, exaltou. Ela explicou que os MCs que participam da batalha se inscrevem meia hora antes do início do evento e duelam entre si, apresentando rimas no modo freestyle, isto é, de forma improvisada. Fica a cargo do público decidir os vencedores das batalhas.
A parlamentar afirmou que os versos falados numa batalha são “de construção de um novo tempo”, onde são feitas discussões e denúncias sociais. “Queremos um mundo sem racismo, sem LGBTQIA+fobia, sem misoginia, onde a palavra, na verdade, seja o nosso rumo. Estamos falando de uma terra onde temos os maiores repentistas que o Brasil já produziu, as melhores mesas de glosa e a cena do rap das batalhas faz uma junção do verso criado no repente. A poesia e a arte urbana se juntam no improviso”, disse.
Ainda durante a reunião plenária, Cida Pedrosa comentou que o cantor e compositor brasileiro Chico Buarque de Holanda, de 78 anos, receberá o prêmio Camões nesta segunda-feira (24), em Portugal, que, segundo ela, deveria ter sido entregue em 2018. “O ex-presidente Jair Bolsonaro recusou-se a entregar o prêmio a Chico, um dos maiores artistas do Brasil, em 2018. Mas hoje é um dia especial e, até que enfim Chico Buarque de Holanda receberá a homenagem”.
Em outro momento da reunião plenária, quando o projeto de lei número 292/2022 entrou em votação, a vereadora Cida Pedrosa voltou a defender a sua proposta. “Quem gosta de cultura e de poesia, sabe que eles se reúnem na rua do Hospício e os artistas ali recitam naquela escadaria, funcionando como um palco, e por isso que chama a Batalha da Escadaria. É muito bom você ver os jovens da periferia unidos na cultura hip hop e de arte urbana que tem três segmentos: a poesia, que é o rap; o grafite, que é a pintura e a dança, que é o break. Então é uma cultura que junta e une a arte urbana num pensamento único que é ter representatividade principalmente das periferias do povo preto”.
A vereadora ressaltou que a periferia move a cultura urbana e manifestações como a Batalha da Escadaria precisam ser cada vez mais estimuladas. “Quando você vai a uma batalha de rap, 90% daqueles que estão lá são o povo preto. É o povo preto das cidades, é a periferia que se une em nome da arte da palavra. Então, essa é uma cultura que precisa ser apoiada. É uma turma que mantém a construção da cidadania, projetos sociais e são a referência da meninada. A gente precisa que esta cultura esteja nos editais dos governos municipais e nos editais estaduais”.
No aparte, o vereador Almir Fernando (PCdoB) ressaltou que votaria a favor do projeto de lei de Cida Pedrosa e a parabenizou pela iniciativa. “Temos que valorizar, realmente, esse trabalho. Cida Pedrosa acertou, com certeza, e é merecido esse trabalho que valoriza a juventude. Então, pode contar com o meu voto para aprovar essa matéria”.
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Em 24.04.2023