Liana Cirne faz relato sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com autismo

O preconceito e os empecilhos ao tratamento adequado são problemas que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista enfrentam diariamente. Na tribuna da Câmara do Recife, a vereadora Liana Cirne (PT) fez um pronunciamento para tratar dessas dificuldades, partindo da sua experiência como mãe de um adolescente que vive com TEA. No discurso, feito em alusão à passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo no último domingo (2), a parlamentar abordou principalmente a importância do diagnóstico médico – não como rótulo social, mas como porta de entrada para a garantia de direitos.

Cirne disse ter lutado por mais de 12 anos para conseguir um laudo médico que atestasse a condição de seu filho como pessoa com TEA. “Infelizmente, meu filho e eu, por 12 anos e meio, perambulamos das mãos de um profissional para outro, gastando um dinheiro que a gente não tinha, e recursos inclusive humanos, afetivos e psicológicos que a gente também não tinha, porque os profissionais não queriam que eu, mãe, rotulasse o meu filho como autista”, afirmou. “Diagnóstico não é um rotulo. É a primeira condição para que a gente possa dar acesso a uma criança ou adolescente autista aos tratamentos a que ele tem direito. E negar o diagnóstico de autista é negar o acesso a esses direitos, a tratamentos e a uma educação que precisa ser especializada”.

Emocionada, a parlamentar fez um relato sobre as discriminações sociais a que pessoas com TEA estão sujeitas e indicou que o Dia de Conscientização do Autismo deve servir ao propósito de modificar essas atitudes. “Que a conscientização do autismo não seja sobre a doença dos outros, porque autismo não é doença e, por isso, não tem cura. Que a conscientização do autismo seja sobre o preconceito que a gente tem e a crueldade de gente ‘normal’ que se recusa a receber e respeitar os outros como são”.

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Em 04.04.2023