Ocupação dos teatros no Recife é tema de audiência pública

Com o objetivo de discutir a importância da retomada da ocupação dos teatros e a ampliação de espaços para a produção local nas casas de espetáculos, a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) promoveu uma audiência pública sobre o tema da gestão da ocupação dos teatros da rede pública do Recife. Vários artistas, representantes da sociedade civil e de órgãos públicos, além do público em geral, debateram o assunto no plenarinho da Casa, na manhã desta quarta-feira (17).

Segundo Cida Pedrosa, o Recife é uma das mais significativas praças para as práticas artísticas no país, mas que precisa haver uma construção coletiva para a ocupação dos locais culturais da cidade. “A questão da ocupação dos teatros no Recife é um tema amplo e que perpassa muitas instituições. Há os teatros administrados pela Prefeitura, pela Universidade Federal de Pernambuco, pelo Estado de Pernambuco, além dos espaços da Fundação Joaquim Nabuco. A gente acha que deveria haver uma construção coletiva, do ponto de vista de como pensar esses espaços numa gestão colegiada. É fundamental escutar quem ocupa, quem sente as alegrias de ocupar um teatro como o Santa Isabel, e ouvir também as dores de quem nunca conseguiu uma pauta em um ambiente público”.

Edivane Batista, produtora cultural, considerou que o momento é de recomeço, com o fim da pandemia de covid-19. Ela elogiou a participação da Prefeitura e sugeriu o mapeamento de vacância de pautas. “Temos representantes da Prefeitura presentes, isso já mostra um acolhimento da gestão para com o assunto em pauta que não é fácil. Sou da geração que pegou teatros em cartaz de quinta a domingo à noite. Minha sugestão seria fazer um levantamento já mapeando o ano de 2024 sobre a vacância de pautas e tentar trabalhar já nesse edital. Precisamos entender o que existe de pauta vaga, como a gente pode propor um edital e chamar a comunidade artística para vivenciar isso”.

Oséas Borba, do grupo de Artes Cênicas de Pernambuco, lamentou a falta de transparência das pautas e carência de equipamentos. Ele sugeriu critérios para ocupação dos espaços teatrais. “As pessoas dizem que mandam e-mail sobre as pautas e não têm resposta, e eu sei das dificuldades dos gestores. Às vezes, cai uma pauta e somos avisados muito próximo da data. Temos equipes técnicas, mas elas estão defasadas. E faltam, também, equipamentos. É necessário transparência, editais de ocupação e ter critérios dessas ocupações feitos por uma comissão mista. Sugiro solicitar à Prefeitura a relação de pautas dos anos de 2022 e 2023 para termos uma ideia dos espetáculos que foram e estão programados”.

André Brasileiro, representante da Secretaria de Cultura do Recife, enalteceu os espaços geridos pela administração municipal e anunciou novas iniciativas para a cultura. “Nossos espaços na cidade foram importantes para formação de todos nós, como artistas e como público consumidores de teatro. O teatro é hábito, é frequência, então a gente precisa discutir a ocupação e a modelagem dessa ocupação e as especificidades de cada espaço. Reativamos alguns espaços de ensaios e, nos próximos dias, estamos dando o resultado do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC). Participamos do lançamento da Lei Paulo Gustavo e já estamos organizando e montando o plano de trabalho, tanto para a parte de audiovisual, como para as artes cênicas”.

Encaminhamentos – Ao final das falas, a vereadora Cida Pedrosa citou os encaminhamentos definidos na audiência. São eles: necessidade de realizar concurso público; contratos permanentes para a manutenção de equipamentos; aquisição de mesas de som e luz modernas; valor percentual para a cultura no orçamento municipal; abertura de editais; melhoria na divulgação dos espetáculos e segurança no entorno dos teatros. “Esse momento com o governo de Lula é único na cultura. Nós temos que construir esse momento, temos pessoas comprometidas e acredito nessa retomada dos governos nas três esferas”, finalizou a parlamentar.

 

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Em 17.05.2023.