Solene homenageia profissionais que cuidam das pessoas com doenças inflamatórias intestinais
A mesa da solenidade foi composta pelo deputado estadual Cleiton Collins; Carlos Brito, professor adjunto de Gastroenterologia e Clínica Médica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Maurício Mattos, coloproctologista e atual presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e Lilian Valéria de Lima, presidente da Associação Pernambucana de Doença Inflamatória Intestinal (Adiip).
Michele Collins evidenciou a importância da solenidade que tem o propósito de referenciar a atuação de profissionais e instituições que realizam um trabalho que dignifica e orgulha a população. “Profissionais que são tão essenciais para a saúde da população, que cuidam acompanham, observam e apoiam os pacientes com doenças inflamatórias intestinais. Os convidados aqui presentes possuem muitas histórias, mas com algo em comum: o devido cuidado e zelo com essas pessoas. O evento de hoje serve para demonstrar o nosso carinho reconhecimento e gratidão a todos vocês. Sabemos que esse mês é comemorado o Maio Roxo que tem o propósito de conscientizar a sociedade acerca das doenças inflamatórias intestinais”.
A parlamentar recordou que é autora da Lei Municipal 18.990/2022 que institui no Calendário Oficial de Eventos do Recife o "Maio Roxo", Mês de conscientização em relação às Doenças Inflamatórias Intestinais (DII). “Tenho sido chamada para levantar a bandeira dessa causa. E é por causa da lei 18.990/2022 que nós estamos aqui, hoje, no lançamento oficial porque esse é o primeiro Maio Roxo oficialmente no Calendário do Recife. A nossa lei municipal ainda trata da realização de eventos alusivos a esse período para conscientizar e esclarecer a sociedade sobre as doenças que afetam diretamente o sistema digestivo. Portanto, busca dar mais visibilidade a essa questão a exemplo da necessidade de acompanhamento médico ininterrupta para controle dos sintomas dessas doenças crônicas, por meio de medicamentos capazes de manter a qualidade de vida. Trata-se também de um momento de reflexão para que as pessoas cuidem melhor da alimentação da saúde mental, realizem atividades físicas com frequência e se cuidem de um modo geral”.
Após as palavras de Michele Collins, houve a apresentação musical com Douglas Falcão e Leonardo Gregório, da música “Alívio”, de Jessé Aguiar. Logo depois, a vereadora e o filho, portador da doença de Crohn, fizeram a entrega de certificados a nove profissionais.
A presidente da Associação Pernambucana de Doença Inflamatória Intestinal (Adiip), Lilian Lima, destacou a importância da conscientização e da quebra de tabu em relação às Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), para que, a partir disso, seja possível ter um diagnóstico precoce. “Para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível. Por isso a importância de legislação que torne mais conhecida a moléstia e seus sintomas”, disse.
Lilian Lima contou que a descoberta da doença é apenas a primeira batalha vencida. “A insegurança com o suporte profissional e medicamentos é constante. Grande parte dos nossos colegas sofre com a incerteza na entrega do medicamento, com a falta de estrutura das instalações dos hospitais e com a alta demanda imposta à equipe médica”, afirmou. Segundo ela, Pernambuco registrou, em 2019, 532 pessoas com a doença de Crohn cadastradas na assistência farmacêutica, e 2.245 pessoas com retocolite.
Em seguida, o coordenador científico do Instituto Autoimune e membro do Centro Multidisciplinar em Doenças Inflamatórias Intestinais, Carlos Brito, explicou que a doença se trata de um processo inflamatório no intestino que atinge qualquer faixa etária. De acordo com ele, a demora e a dificuldade de conseguir o diagnóstico é um dos principais problemas acerca da doença inflamatória, que precisa de um tratamento multidisciplinar.
“O paciente com doença inflamatória precisa de várias especialidades, e é uma dificuldade de acesso a este tratamento. Eles precisam de acompanhamento com nutricionista, por exemplo. Um artigo que estamos escrevendo mostra que apenas 40% dos pacientes têm o estado nutricional adequado. Além disso, é importante o apoio de psicólogos e psiquiatras para ajudar a enfrentar os momentos de maior dificuldade”, observou.
Por sua vez, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), Maurício Mattos, afirmou que o debate sobre doenças inflamatórias acontece em Pernambuco desde os anos 2000, quando foi criado um grupo de estudo do Nordeste. “No início, a nossa dúvida era de quantos pacientes teríamos disponíveis pois, na época, era uma doença de países desenvolvidos. Mas vimos que, abrindo um ambulatório, temos pacientes, e isso mostra a carência que esses pacientes têm do Sistema Público de Saúde (SUS). Agora, comemoramos oficialmente no Recife o Maio Roxo, que essa iniciativa consiga reverberar e possamos lentamente, com toda a ajuda dos envolvidos, dar o tratamento e oferecer dignidade a todos os pacientes”, exaltou.
O deputado estadual Cleiton Collins (PP) observou que a população que mais se prejudica com a dificuldade de acesso ao diagnóstico de doenças inflamatórias pelo SUS é a população pobre. “O que falta na maioria dos municípios do nosso país é a gestão de números e gestão humana. Qualquer tipo de doença, principalmente aquelas que têm um poder maior de deixar o paciente fraco e sem condições de sobrevivência, precisa de maior atenção e cuidado”, disse.
Ao finalizar a solenidade, o vereador Tadeu Calheiros destacou a relevância da celebração do Maio Roxo na cidade. “Ainda é pouco termos um mês em alusão à cor roxa. Estamos com a Câmara iluminada, mas isso é para dar visibilidade e trazer mais luz ao tema e discussão para a criação de políticas públicas”.
Relação das pessoas homenageadas:
- Valéria Ferreira Martinelli
- Regiane Maio
- Maurício Mattos
- Maurilio Toscano
- Carlos Brito
- Lilian Valéria de Lima
- Alessandra Macedo
- Aline Costa Pinheiro
- Graciana Vasconcelos
Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.
Em 22.05.2023