Aline Mariano reforça pedido de diálogo sobre Centro de Referência do Idoso

Na reunião plenária da Câmara do Recife desta segunda-feira (5), a vereadora Aline Mariano (PP) voltou a pedir que o Governo do Estado dialogue com a Prefeitura do Recife para garantir o funcionamento do Centro de Referência do Idoso. O equipamento, localizado no bairro de Areias, é alvo de um impasse que envolve a cessão do imóvel, que pertence ao Executivo estadual, para o município. Em seu discurso, a parlamentar não deixou de tecer críticas à forma como as disputas entre os dois entes têm sido conduzidas pela oposição à Prefeitura na Câmara.

A cessão do imóvel do Centro à Prefeitura, que foi realizada nos últimos dias da gestão do ex-governador Paulo Câmara (PSB), é questionada pela atual gestão estadual, da governadora Raquel Lyra (PSDB). De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, há indícios de irregularidade na execução do convênio operação técnica que permitiria o funcionamento da unidade de saúde da Prefeitura no local.

Segundo Mariano, ela vai participar de uma reunião na Secretária Estadual de Saúde para tratar da questão nesta terça-feira (6). “Vamos lá para entender ainda mais esse imbróglio que tem rendido, para ser resolvido no tempo que o povo espera. Se for nessa velocidade, quando acabar o governo não vai ter sido feita muita coisa. O governo está devagar, quase parando, só culpando as gestões passadas. E o tempo passando e as pessoas sofrendo em todas as áreas”.

Na sua crítica à oposição à Prefeitura, que é exercida pelo vereador Alcides Cardoso (PSDB), Aline Mariano classificou a decisão do Governo de Pernambuco sobre a cessão do imóvel do Centro como uma “picuinha”. Ela criticou, ainda, o que compreendeu ser uma indisposição ao diálogo por parte do colega, bem como as acusações feitas por ele ao ex-prefeito Geraldo Julio (PSB) e outros membros da gestão municipal anterior a respeito de supostas irregularidades em contratos relacionados ao combate à covid-19. As denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) foram afastadas pela Justiça Federal no dia 10 de maio por falta de provas.

“Quando o governo está perdido, fica requentando. Fica olhando pelo retrovisor e só resmungando. O que está acontecendo, eu digo e repito, é picuinha sim. É um gesto pequeno. Eu vim à tribuna e fiz um apelo para que a governadora, que ocupa um cargo de grande dimensão, pudesse dar um telefonema para o prefeito. Estou falando de um assunto da vida real”, disse Mariano. “Quem for julgado e condenado, aí sim, nós não podemos defender. Mas qualquer cidadão pode ser, infelizmente, maculado, e aí vai fazer a sua defesa. E só pode ser condenado quando for julgado”.

Em aparte, o vereador e vice-líder do governo Rinaldo Junior (PSB) foi outro parlamentar a dirigir críticas ao líder da oposição. “O bom debate tem que ser feito. Não é nada pessoal contra o vereador que ocupa, neste momento, a liderança de oposição, e com o qual eu tenho certeza que a oposição não comunga. E jamais faria um acusação sem provas, como foi feito nessa tribuna. Mas isso é página virada: a Justiça vai tomar conta disso através de uma ação protocolada pelo meu partido. O que eu quero agora é que o Hospital do Idoso funcione. Eu levantei a bandeira e branca e disse: vamos conversar com a secretária [estadual de Saúde]. O líder da oposição não aceitou fazer esse debate”.

Líder do governo na Câmara, o vereador Samuel Salazar (MDB) também refletiu sobre as disputas políticas envolvendo os governos municipal e estadual. “Tenho sentido falta, nesta Casa, de bons debates. Infelizmente, embora a Casa do povo seja a casa dos debates, por vezes a gente tem visto vereadores que têm feito manobras para que não ocorram os debates, para não passar apartes”, exemplificou. “O que as pessoas querem não é ver picuinhas. As pessoas querem ver ações, querem ver obras ocorrendo na nossa cidade para que tenha uma melhora na qualidade de vida da população”.

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Em 05.06.2023