Ana Lúcia pede que vereador esclareça denúncia feita na tribuna da Casa

“Aqui nesta Casa somos sete vereadoras. Todas as sete têm como pauta o enfrentamento à violência contra nós, mulheres. Seja ela física, psicológica, patrimonial, política. Não dá para a gente ouvir isso e fingir que não foi dito o que foi dito. E, se foi dito, a vereadora Aline Mariano (PP) disse com muita clareza: se não era essa a intenção, pede desculpas, se retrata”, disse Ana Lúcia em seu discurso. “A gente não pode dar margem para que a população que nos elegeu fique pensando qual foi o vereador que esteve em um espaço público de saúde, que agrediu e [para o qual] chamaram a polícia. Isso não é postura de acusação. E muito menos para a gente ouvir e ficar calada. Enquanto mulher, eu não posso ficar calada”.

A parlamentar criticou o uso de acusações na tribuna sem que se faça uma denúncia com provas. “Isso é muito sério. A gente não pode chegar neste microfone para dizer isso e deixar no ar. Quem acusa tem que ter provas. E se acusa um vereador, que tem fé pública, tem que dizer o nome e provar”.

Em aparte, o vereador Samuel Salazar (MDB) pediu responsabilidade no uso da tribuna parlamentar. “Quero ressaltar a responsabilidade que cada um de nós deve ter ao usar esse microfone na hora de fazer uma acusação muito séria”, disse. “Infelizmente, hoje a gente vive em uma sociedade de fake news, e então tudo o que se fala, sobretudo na tribuna da Câmara do Recife, pode reverberar como uma verdade, o que não é”.

A vereadora Aline Mariano, que também se pronunciou sobre o assunto na tribuna, afirmou que a Casa precisa tomar medidas para ir mais a fundo no caso. “Vamos reunir a Comissão da Mulher desta Casa e exigir que o vereador que fez as acusações possa dizer o nome ou dizer que o episódio nunca existiu. É muito séria a fala do vereador”, apontou. “Além de ter sido grave porque a gente não sabe se aconteceu ou não o episódio. Se aconteceu ou não, são muito graves as colocações do vereador”.

Já o vereador Alcides Cardoso afirmou que Aline Mariano utiliza as suas palavras na tribuna como “fato político”. “Quem tem que tomar conta disso é a Polícia e a Justiça. Está tudo invertido. No áudio que eu botei [sobre o seu discurso na segunda-feira], para quem quiser observar, diz lá no fim que a justiça vai tomar conta. Me chamaram para ir, eu não ia lá. Se a polícia já tinha sido chamada, eu ia fazer o que, como vereador? Não cabe. Os fatos estão sendo apurados. Mas não vou usar isso como fato político. Jamais eu vou ser a favor de agressão à mulher”.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 06.06.2023