Câmara aprova requerimento por criação de Comissão sobre violência no futebol

A Câmara do Recife aprovou nesta terça-feira (27) o requerimento nº 7.433/2023, que solicita a criação de uma Comissão Interpartidária para acompanhar a aplicação da Lei Geral do Esporte para o fim da violência no futebol. Proposto pelo vereador Rinaldo Junior (PSB), o grupo será composto por sete parlamentares da capital e deve promover debates com autoridades e torcedores para melhorar a sensação de segurança nas praças esportivas do Recife.

Ao subir na tribuna para discutir o requerimento, Rinaldo Junior afirmou que a criação da Comissão é um encaminhamento de uma audiência pública sobre o tema da violência no futebol promovida pelo seu mandato no dia 20 de junho. O parlamentar também lembrou que tramita na Câmara do Recife o projeto de lei nº 102/2023, de sua autoria, que trata da identificação facial nos estádios e que também tem como fim dar mais segurança aos torcedores.

No discurso, Rinaldo Junior afirmou que os incidentes de violência associados ao futebol em geral acontecem fora dos estádios, mas acabam repercutindo dentro deles – inclusive, com o afastamento de famílias, que deixam de frequentar o ambiente. O vereador indicou, também, que é imprescindível que as soluções para o problema sejam buscadas junto aos torcedores.

“Chegou o momento de darmos as mãos e fazer o que, possivelmente, a Federação Pernambucana [de Futebol] não faz: unir, na mesma mesa, principalmente, quem torce e quem decide”, disse. “Não dá para discutir futebol sem o torcedor. O torcedor é protagonista. Nessa comissão, a nossa principal meta é escutar quem frequenta o futebol pernambucano e afastar qualquer tipo de bandido que quer ameaçar o futebol e nossa família”.

Em aparte, o vereador Ivan Moraes (PSOL) refletiu que a violência associada ao futebol não acontece dentro dos estádios e que está fortemente conectada ao uso de redes sociais. Ele defendeu o uso de ações de inteligência para coibir incidentes e salientou a necessidade de diálogo com as torcidas organizadas – que, mesmo proibidas, continuam existindo de fato. “Não é somente cancelar o CNPJ de uma organização que faz com que ela deixe de existir, nem faz com que ela se adeque a qualquer norma que seja imposta. As torcidas organizadas de Pernambuco, queiram ou não queiram os juízes, são de fato organizações que vão aos estádios, que existem, que realizam atividades, inclusive sociais, nos bairros em que atuam. Eu acho que uma das coisas que nós precisamos fazer é convidar essas pessoas para participar. É imprescindível que nós possamos responsabilizar aquelas organizações, inclusive dando a elas tarefas”.

Presidente da Câmara do Recife, o vereador Romerinho Jatobá (PSB) disse que vai acompanhar os debates da comissão e também cobrou diálogo com as organizadas. Ele lamentou, ainda, a ausência da Federação Pernambucana de Futebol na audiência pública do dia 20 de junho.

“A gente não está defendendo ou atacando a torcida organizada. A gente está tratando da violência nos estádios, que passa pela torcida organizada – que ora não existe porque não tem CNPJ, mas que, de fato, como a gente que vive e conhece o futebol sabe, está presente”, argumentou o presidente. “Na audiência pública de Vossa Excelência, ficou clara a boa vontade das torcidas organizadas, do juiz, do torcedor, do Ministério Público para a gente aprofundar esse debate. Quero, mais uma vez, lamentar a audiência da Federação Pernambucana, que não se fez presente e não mandou sequer um representante. Não quis debater o futebol de Pernambuco”.

Já o presidente da Comissão de Segurança Cidadã da Câmara Muinicipal, vereador Almir Fernando (PCdoB), frisou que a violência tem afastado as pessoas dos estádios. “Como eu, tem muitas pessoas que não estão indo ao campo de futebol por conta violência”, disse. “Mas é interessante e importante que a gente possa ir ao estádio. É diferente de estar em casa. É importante estar participando e colaborando com o seu clube”.

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Em 27.06.2023