Aline Mariano discute atritos entre município e Estado na área da saúde
Além de Aline Mariano, outros vereadores trataram do tema em apartes para fazer ponderações às críticas de Ronaldo Lopes – que afirmou que a Prefeitura havia se utilizado de números “do tempo da pandemia” para justificar mudanças no funcionamento das Upinhas.
Em sua resposta a Lopes, Aline Mariano expressou desaprovação à gestão da atual governadora do Estado, Raquel Lyra (PSDB). De acordo com ela, a má condução da saúde estadual tem repercutido nas unidades do município. “Se nós temos, hoje, um sistema municipal em colapso, é exatamente porque o Estado não tem dado conta. Então seria muito bom que a gente pudesse fazer um balanço nessa audiência pública para ver o que o Estado tem feito de inovador. Na verdade, o Estado não tem feito nem o feijão com arroz. Tem médico que tem dado declarações repudiando a falta de estrutura, de pessoal, de material básico”.
Mas, para Ronaldo Lopes, que também se pronunciou em aparte à colega, o problema não pode ser atribuído ao Governo Estadual. “Eu acredito que a saúde do Recife está na UTI desde há muitos governos municipais passados”, afirmou. “O problema da saúde pública do Recife é de vontade política. É inadmissível a nós termos pessoas chegando pela madrugada em unidade de saúde da família atrás de uma ficha para passar no médico”.
O vereador Marco Aurélio Filho demonstrou indignação com as afirmações de que a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, teria se utilizado de dados equivocados. Ele saiu em defesa da chefe da pasta e frisou o pedido pela realização de uma audiência pública conjunta. “Eu me somo a Vossa Excelência para que possamos, juntos, conclamar Estado e município. E eu vou mostrar, mais uma vez, com números reais, que o Recife está avançando. Nós temos uma secretária de Saúde e uma equipe competentes e que escutam não só este Poder, mas também os usuários. Esse fato do fechamento das UPAs no período noturno não foi da cabeça de ninguém, foi dos próprios usuários e do Conselho de Saúde”.
Vice-líder do governo municipal na Câmara, o vereador Rinaldo Junior (PSB) também explicou que as mudanças no funcionamento das UPAs ocorreram por meio de decisão do Conselho de Saúde – e não deixou de se pronunciar sobre as acusações a respeito do uso de dados equivocados. “É importante que a gente prove. Que a gente chame a secretária para vir aqui mostrar esses dados. Havendo que os dados são mentirosos, eu defendo a exoneração da secretária de saúde. Se não for verdade o que o vereador Ronaldo Lopes disse, a gente precisa conversar com o vereador, porque esta Casa não pode ficar desmoralizada. Essa tribuna não merece esse tipo de desrespeito”.
O vereador Almir Fernando (PCdoB) tratou da dificuldade de trazer membros do Governo do Estado para audiências na Câmara e também fez considerações sobre as disputas dos dois Poderes Executivos na área da saúde. “A diferença está em quem está tentando resolver e em quem não quer nem resolver – pelo contrário, que está fechando hospitais”, considerou. “No município, pelo menos o prefeito está tentando resolver, está investindo”.
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Em 03.07.2023