Audiência debate a valorização dos auxiliares e técnicos da saúde bucal
Marco Aurélio Filho ressaltou que o piso salarial era essencial para os auxiliares e técnicos e que haverá uma discussão em Brasília. “Não tem como ser diferente a luta pelo piso salarial, ainda mais depois da ação do piso da enfermagem. Não existe uma saúde bucal completa, eficiente e que dê certo se não estiverem todos nivelados e devidamente respeitados: cirurgiões dentistas, auxiliares e técnicos de saúde bucal. Que a gente possa avançar nessa discussão nacionalmente. Já conversei com o deputado federal pernambucano e integrante da Comissão de Saúde, Clodoaldo Magalhães, que já se comprometeu e vai fazer uma audiência pública específica em Brasília. Vocês são uma categoria que precisa ser olhada”.
Micheline Lobo, presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Saúde Bucal do Estado de Pernambuco (SINDATSB), ressaltou o papel dos profissionais em benefício da população. “Acolhemos e tranquilizamos o paciente antes do atendimento. Somos a ponte entre o paciente e o dentista e nós estamos perto na hora do atendimento. Nosso trabalho ocorre antes, durante e depois, sempre prontos a nos adaptarmos a qualquer tipo de situação. Atendemos crianças, adultos, pessoas com deficiência física e mental. É um atendimento a quatro ou seis mãos belíssimo, feito por nós auxiliares. E além da clínica, nós temos também a promoção da saúde. E temos dificuldades para fazer essa promoção, pois são becos e escadarias difíceis”.
Eduardo Suevelyn, vice-presidente do SINDATSB, fez um retrospecto da criação da categoria, citou as tarefas da profissão e falou da necessidade em atualizar a lei de regulamentação. “A nossa origem é quase silenciada. Existem vários estudos mostrando que a gente veio começar a existir um pouco depois da nossa regulamentação, a duras penas, e necessitamos rediscuti-la e atualizá-la em Brasília. Nenhum cirurgião dentista faz cirurgia sozinho. Não tem médico que faça cirurgia sozinho. É uma equipe. Temos que acordar duas horas mais cedo porque precisamos chegar ao consultório, ligar o ar-condicionado, checar a agenda dos pacientes, dentre outras atividades. É importante mostrar para os recifenses essa consciência de classe. O auxiliar e técnico de saúde bucal existem e merecem respeito”.
O vice-presidente reforçou a luta do pagamento do piso salarial da categoria e chamou os profissionais para unirem-se. “A gente não recebe nem 20% dos salários dos dentistas, e isso eu estou falando do setor público. Se a gente for falar do setor privado, aí é que a discrepância é absurda porque só querem pagar um salário mínimo para a gente. Existe um piso e a gente vai brigar por ele. Estamos nessa luta e vamos atrás da valorização da nossa categoria”.
Anderson Matos, coordenador de Saúde Bucal do Recife, considerou essencial a presença dos profissionais e destacou que haverá uma reunião, na próxima segunda-feira (25), para analisar as demandas. “É preciso uma formação aos cirurgiões para que eles consigam compreender a importância de vocês no dia a dia clínico. Vocês são fundamentais e não dá para que o cirurgião execute o trabalho sem a presença de vocês. Próxima segunda-feira (25), teremos uma reunião e veremos a possibilidade de atingir metas e pensar recursos. E pensar, também, em toda a categoria e a classe odontológica para que a gente possa contemplar todo mundo de forma justa. Temos desafios muito grandes enquanto saúde bucal no Recife, seja de ordem técnica, salarial e de processo de trabalho, no dia a dia. Estou à disposição de todos e todas”.
Ao final da audiência pública, o vereador Marco Aurélio Filho disse que será encaminhado um documento direcionado aos órgãos competentes com alguns pontos destacados na ocasião, dentre os quais: convocação de novos servidores que foram aprovados no último concurso realizado pela gestão municipal; prioridade da recomposição de equipes de Saúde da Família na atenção básica; necessidade de recompor servidores; aplicação do piso salarial para os auxiliares e técnicos em saúde bucal, em conformidade à lei 3999, além de intensificar a parceria com os agentes comunitários de saúde (ACS). "Contem com o Poder Legislativo e assim avançaremos cada vez mais", disse o parlamentar.
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Em 21.09.2023