Felipe Alecrim repudia proposição que trata da descriminalização do aborto
“Nós precisamos dessa Casa Legislativa para construir políticas públicas que transformem a realidade das pessoas. Existem dois projetos de lei, de minha autoria, que institui no Recife a Semana pela Vida onde nós buscamos ouvir as pessoas, construir ações e projetos que acolham as pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. E as mulheres que desejam ou buscam abortar, nós também construímos um projeto de lei, que tramita nessa Casa, amplia a divulgação sobre a Entrega Legal. Muitas vezes, nós vemos famílias abandonando suas crianças em rios ou lixo, exatamente porque não têm o apoio do poder público, e nós precisamos também transformar essa realidade”.
O paramentar citou projetos da Igreja Católica que acolhem as mães grávidas e enalteceu o direito à vida. “Existe um projeto na comunidade católica Santo Angelus que se chama Colo de Mãe e todas as mulheres grávidas que são acolhidas tinham um desejo de abortar, exatamente por falta de apoio. E muito mais do que a entrega do enxoval, existe um trabalho psicológico, uma mão amiga para que essas mulheres se sintam seguras e não busquem combater tragédias com outras tragédias. Muitos vereadores defendem a vacina porque salvam vidas, mas sobem à tribuna para dizer que o aborto é essencial e desconsideram aquilo que há de mais sagrado: o direito à vida. Estamos aqui presentes hoje, nessa tribuna, porque o direito à vida de todos nós foi preservado”.
Hanseníase e população de rua - O vereador Felipe Alecrim (PSC) retornou à tribuna, durante a reunião plenária, para tratar de dois outros assuntos: um deles foi a reintegração de pessoas atingidas pela hanseníase, no Recife. E o outro foi o que chamou de ineficiência do poder público para reduzir “a triste realidade das pessoas em situação de rua". “Antigamente a gente só via essa população no centro do Recife, hoje registramos em todos os bairros”.
Em relação ao primeiro tema, o vereador disse que realizou uma reunião em seu gabinete, com representantes do Fórum Pernambucano de Saúde em Defesa das Pessoas Afetadas Pela Hanseníase, que lhes entregaram uma carta que faz a defesa e pede garantia de direito das pessoas com hanseníase. “A doença causa prejuízos grandes aos afetados, com consequências físicas, psíquicas e sociais. É uma doença socioeconômica e incapacitante. As sequelas físicas são grandes e causam sequelas que causam exclusão e desigualdades sociais”.
De acordo com Felipe Alecrim, para a hanseníase ter cura, precisa de diagnóstico rápido e tratamento imediato. “Mas, na rede pública do Recife, as pessoas não encontram atenção para fazerem o diagnóstico com rapidez. Os cuidados são negligenciados pela Prefeitura do Recife. Há problemas na realização de exames, prevenção e controle. As pessoas têm dificuldades de acesso até a curativos adequados, tanto no nível básico quanto no especializado”.
Ele afirmou, ainda, que o acesso a consultas e ao tratamento “são insuficientes” e que os pacientes levam de dois a cinco anos para receber resultados de exames de eletro neurobiografia. “Com isso, as pessoas terminam deixando o tratamento”.
O outro assunto abordado pelo vereador foi sobre a população de rua. “Há um mês a Prefeitura do Recife anunciou e liberou o censo de pessoas em situação de rua, mas até o presente não há avanços, projeto ou ação para modificar essa triste realidade”.
Felipe Alecrim fez um registro de números divulgados e cobrou soluções à Secretaria de Ação Social. Segundo ele, as informações são de que 1806 pessoas estão em situação de rua. “Esse número, comparado ao que havia em 2019, representa um aumento de 30% dessa população. Na época, havia 1400 pessoas nas ruas”.
Entre 2019 e 2023, segundo o vereador, a população geral do Recife diminuiu, mas a população de rua aumentou. “Se isso não for ineficiência, eu não sei o que foi. Cadê as políticas públicas para transformar essa realidade?”, cobrou.
Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre a descriminalização do aborto.
Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre a Hanseníase.
Em 26.09.2023