Frente Recife pelo Clima discute gestão de resíduos sólidos e emissão de gases estufa
Além de Pedrosa, compuseram a mesa do evento o vice-presidente da Frente Recife pelo Clima, vereador Alcides Cardoso (PSDB); a gerente-geral de planejamento da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), Alessandra Firmo; o gerente da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana, Alexandre Ramos; a representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), Magda Simone Cruz; o diretor de ciência e tecnologia do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon), Serapião Bispo Ferreira; e a representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) em Pernambuco, Roberta Cardoso.
Esta é a quarta audiência pública realizada pela Frente na Câmara do Recife sobre temas relacionados à emergência climática. Na ocasião, Cida Pedrosa defendeu que o Recife adotasse iniciativas de economia circular, como a reciclagem e a compostagem, além do desenvolvimento de hortas urbanas. Durante a audiência, a parlamentar também deu ênfase aos problemas que a situação de emergência representam para a capital pernambucana.
Segundo a vereadora, as emissões dos gases de efeito estufa do Recife relacionadas à gestão de resíduos sólidos representam 45% do total entre 2015 e 2020. “Recife é uma das cidades que mais sofrem por conta da emergência climática. Nós estamos entre as 16 cidades com maior perigo de sofrer por conta disso. Então é por isso que a Frente pelo Clima puxa a discussão com a sociedade civil, com a Câmara e com o poder público para pensar os resíduos sólidos, que é um dos itens mais importantes quando a gente pensa em gases de efeito estufa, que é o que provoca o efeito climático”, afirmou.
Na audiência, a representante dos catadores, Roberta Cardoso, não deixou de fazer um apelo pelo reconhecimento da categoria pelo poder público. Ela lembrou que esses profissionais são, em boa parte, os responsáveis pela destinação de parte dos resíduos produzidos no município. “Não custa nada. Eu vejo que grandes empresas fazem a coleta por uma fortuna. O que custa pagar os catadores pelos serviços prestados?”
De acordo com o gerente da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana, Alexandre Ramos, a Prefeitura executa hoje um programa de compostagem que já contabiliza 1,1 mil toneladas de gases não gerados anualmente. Participam do programa, além das repartições do prédio-sede do próprio Poder Executivo, 13 unidades escolares e duas unidades de saúde.
Ramos também observou que, de acordo com dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgados neste ano, 22% dos GEE estão relacionados à agricultura. O gerente da secretaria executiva lembrou ainda que o Plano de Ação Climática do Recife, elaborado em 2020, prevê que o município reduza, até 2050, 50% dos resíduos que vão para aterros sanitários.
“A Prefeitura tem sensibilizado a população, sensibilizado escolas e unidades de saúde a trabalhar com compostagem. A compostagem – ou seja, pegar os resíduos orgânicos e transformar em adubo – diminui em mais de dez vezes as emissões dos gases de efeito estufa”, disse Alexandre Ramos. “Na Prefeitura do Recife, por exemplo todo o material da varrição e dos resíduos orgânicos dos andares vão para um pátio de compostagem e isso significa que 160 toneladas de resíduos orgânicos deixam de ir para o aterro sanitário por ano e viram 80 toneladas de adubo que a gente espalha pela cidade, em unidades produtivas”.
Alessandra Firmo apresentou dados sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos do Recife. “A gente sabe que várias práticas relacionadas à destinação final e ao manejo de resíduos podem tanto ocasionar emissões como também ter emissões evitadas. Então a gente vai dialogar um pouco sobre isso, tentar discutir e trazer que ações são essas que está se propondo para a gente pensar em estabelecer essas metas para a cidade do Recife também, mas a ideia é trabalhar junto".
“Já existem várias ações relacionadas à redução de emissões. Então, por exemplo, nos locais de destinação final, todos os resíduos da cidade do Recife são destinados para aterro sanitário. Já não há mais lixões, onde se tem grandes emissões de estufa, e a gente já tem esse tipo de controle. Todos os locais de destinação final de resíduos têm um aproveitamento energético do biogás, que é uma emissão importante e bem relevante em relação à administração atmosférica”, explicou a gerente-geral de planejamento. “A gente tem impulsionado bastante as ações de desvio de resíduos que podem ocasionar emissões também para os aterros, como, por exemplo, a reciclagem. A gente tem várias ações voltadas para a questão de reciclagem e aproveitamento dos resíduos, no âmbito de ter essas emissões evitadas e diminuir emissões no saldo total”.
Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.
Em 13.09.2023