Victor André Gomes diz que acessibilidade no Recife está em crise e apresenta dados

Ao apresentar dados da acessibilidade do Recife sobre o tempo que deficientes físicos levam para se locomover na cidade, levantados pelo pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URFPE), Gleidson Alves de Brito, o vereador Victor André Gomes (União Brasil) afirmou, durante a reunião plenária da Câmara do Recife desta terça-feira (5), que o acesso das pessoas com mobilidade reduzida “está cada vez pior” e se revela em muitos momentos. “Recebi uma jovem sonhadora em meu gabinete, Maria Helena, que me disse em alto e bom tom que não vota porque não consegue se deslocar para votar em seu colégio eleitoral”, disse.

De acordo com os dados obtidos pelo pesquisador, Victor André Gomes disse que foi identificado que 53% da população que tem deficiência física gasta mais tempo para se deslocar do seu local de origem que um cidadão comum se deslocaria. “É 60% do tempo a mais que eles usam para se locomover nas nossas calçadas. Estamos vendo muitas obras sendo registradas e anunciadas em redes sociais, mas carece de estudos técnicos que viabilizem uma melhor acessibilidade para os cadeirantes”, pontuou. 

O vereador lamentou que “a democracia está sendo penalizada” diretamente, ao mencionar a conversa que teve com Maria Helena. “Quantos votos são perdidos por possíveis, futuros, propensos candidatos que não conseguem ter determinado voto porque aquele colégio eleitoral não tem a devida acessibilidade? Precisamos trazer isso para a realidade dos debates desta Casa, fazer um levantamento de todas as escolas que são colégios eleitorais e estão sendo prejudicadas pela acessibilidade inadequada”, sugeriu. 

Ainda sobre o tema, o parlamentar falou da abertura dos portões do Parque 13 de Maio, que melhorou a acessibilidade de toda a população ao local. Ele mencionou alguns requerimentos de sua autoria que pediam a reabertura dos portões, alargamento dos horários, entre outras melhorias para o local e seu entorno. “Agora, protocolamos o requerimento de número 9793/2023 que pede o reforço no policiamento ostensivo do Parque 13 de Maio. É importante que tenhamos mais segurança no local, principalmente levando em consideração a pesquisa de Gleidson Alves de Brito que fala sobre o tempo de duração de pessoas com deficiência para realizar um trajeto nas nossas calçadas”, destacou. 

Transporte público – Após o tema do transporte público ter sido levado à tribuna do plenário pela vereadora Aline Mariano (PP), o vereador Victor André Gomes voltar a tomar a palavra durante a reunião Ordinária para se pronunciar sobre a questão. Na ocasião, o parlamentar defendeu a expansão do transporte complementar para suprir deficiências das linhas convencionais do Grande Recife Consórcio de Transportes Metropolitano.

De acordo com Gomes, os veículos do transporte complementar podem ser especialmente úteis em locais de difícil acesso. “A gente tem dois principais bairros que possuem uma dificuldade gigantesca de mobilidade: eu falo do Vasco da Gama e de Nova Descoberta. Não preciso falar em horário de pico. A gente enfrenta dificuldades constantes de deslocamento de entrada e saída do bairro. Por muitas vezes, é muito melhor pegar um veículo e arrodear pela Macaxeira para acessar Nova Descoberta”, disse.

Em aparte, o vereador Davi Muniz (PSB) também demonstrou apoio à expansão do transporte complementar. “Se fizermos uma pesquisa com o cidadão recifense, a gente vai ver que o transporte complementar traz uma solução para esse problema. Por muitas vezes, o transporte complementar enfrenta dificuldade por conta dos empresários. É perseguido. A gente tem linhas deficitárias para os empresários em que as alimentadoras do transporte complementar poderiam entrar”.

Já o vereador Ronaldo Lopes (PSC) fez uma defesa de investimentos em educação no trânsito. “Recife não tem investimento na mobilidade urbana. A Prefeitura só faz investir em câmeras e radares para poder multar o cidadão recifense, mas na educação a Prefeitura não investe”.

Aline Mariano também fez uso do aparte para cobrar melhorias no transporte público. “Ônibus, metrô são o que move, são a necessidade do povo que precisa se deslocar para trabalhar, para fazer um tratamento de saúde. Nós não podemos considerar apenas ações preventivas, que são importantes. Mas esses modais, sem dúvida alguma, são o ponto ‘x’. Não dá para ter um transporte de péssima qualidade se pagando uma das tarifas mais caras do país. Quem vai barrar isso? Cadê as regras que dizem que nós temos que ter um número de pessoas sentadas e algumas em pé? Tem mais gente em pé que sentada”.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre os problemas no transporte público.

Em 05.09.2023