Ivan Moraes destaca situação de moradores da Vila Esperança

O vereador Ivan Moraes (PSOL) subiu à tribuna da Câmara Municipal do Recife, na tarde desta terça-feira (21), para falar da situação das famílias que foram removidas da Vila Esperança para a construção da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, conhecida como a Ponte do Monteiro, e de um sistema viário entre os bairros de Apipucos e Casa Forte, que deve ligar a Zona Norte à Zona Oeste da cidade.

A princípio ocupada por cerca de 300 famílias, a Vila Esperança é uma das 74 Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) do Recife. O vereador saiu em defesa de 147 famílias que já fizeram um acordo com a Prefeitura para se mudarem do local. “Temos visto a Prefeitura fazer propaganda e falar da benfeitoria que será a Ponte do Monteiro, mas não consigo deixar de lembrar das casas que foram derrubadas para a construção desta ponte, e da forma como a Prefeitura tratou as famílias que viviam há décadas naquele lugar”

Ivan Moraes leu na tribuna as datas e os números que envolvem a obra. “Já se fala da construção de uma ponte ali há muito tempo, mas se começa a pensar nisso de forma mais efetiva em 2012, quando houve as primeiras 24 remoções”. A obra ficou parada por dez anos e foi retomada em 2021. Entre 2013 e 2023 foram pagas 147 indenizações para as casas que deixaram de existir para a construção da ponte e do viário. Estas 147 famílias receberam 15 milhões de reais ao todo. “A maior parte foi indenizada apenas pelas benfeitorias porque elas não têm o título de posse, por isso a Prefeitura não pagou pelo terreno. Algumas famílias receberam valores irrisórios. 16 das últimas 91 indenizações foram abaixo de 10 mil reais. Onde se compra uma casa por dez mil reais?”, questionou o vereador.

Ele ainda chamou atenção para o caso de famílias que fizeram o acordo há mais de 2 meses mas a indenização ainda não foi paga. E fez uma comparação com o valor de 21 milhões de reais pago por um terreno desapropriado de uma empresa privada, a 4 km de distância da Vila Esperança, para a construção de um parque.

“Venho à tribuna hoje para pedir o respeito da Prefeitura a essas 147 famílias, particularmente as que não receberam ainda sua indenização. Porque se por um lado a Ponte do Monteiro é uma demanda histórica da sociedade, que vai facilitar a mobilidade, ela não pode ser desculpa para a Prefeitura tratar as pessoas como vem tratando”, encerrou Ivan Moraes.

Carnaval do Recife - De volta à tribuna da Câmara do Recife, desta vez, para discutir cinco requerimentos de sua autoria, o vereador Ivan Moraes pediu melhor elaboração no edital das atrações do Carnaval do Recife de 2024 e apontou questões relacionadas ao gasto da gestão com a festividade deste ano. “Fomos atrás para saber como é gasto o cachê dos músicos e das apresentações de Carnaval. Não sabíamos o que iríamos encontrar, tínhamos uma suspeita de que talvez a cultura popular precisasse de mais respeito mas, quando fomos para os números, vimos uma coisa muito pior do que imaginávamos”. Os requerimentos discutidos foram os de número: 12.644/2023, 12.647/2023, 12.648/2023, 12.649/2023, 12.652/2023. 

De acordo com Ivan Moraes a partir de dados enviados pela Prefeitura do Recife, a cultura popular representa 55% das contratações do Carnaval de 2023, mas receberam menos de 18% dos cachês. “Os artistas de Pernambuco representaram mais de 90% das apresentações e receberam cerca de 60% dos cachês. Por sua vez, menos de 10% dos artistas eram de fora e receberam quase 40% dos cachês”, informou. 

O parlamentar disse ter enviado diversas recomendações à Prefeitura do Recife a partir da nota técnica 05/2023, do mandato, mas que precisou institucionalizar os pedidos pela Casa de José Mariano. “Eu não estou insistindo em olhar para trás, estou querendo dizer à Prefeitura do Recife que dá para fazer melhor no Carnaval de 2024, aí a gente é surpreendido com o edital que repete os mesmos erros de 2023. E, mais uma vez, institucionalmente, agora pela Casa, oficializamos os nossos pedidos”. 

O parlamentar ressaltou os pedidos feitos a partir dos requerimentos e pontuou a festividade como uma importante fonte de renda para a cultura popular. “Não aparece banda de fora na propaganda do Carnaval porque ninguém sai do Rio de Janeiro, São Paulo, Londres, Tóquio, Paris, para vir para o Recife por conta das atrações do palco. Quem vem para o Carnaval do Recife, vem porque sabe que aqui tem bloco de frevo, troça, maracatu, afoxé, bloco lírico, coco, boi, urso, que devem ser os maiores protagonistas de dinheiro no Carnaval”, disse.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre a Vila Esperança.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre o Carnaval.

Em 21.11.2023