Câmara do Recife homenageia organizações que atuam na defesa da pessoa com deficiência

Com um trabalho dedicado à defesa dos direitos das pessoas com deficiência através da promoção da inclusão, quebra de barreiras e construção de uma sociedade mais justa e equitativa, 32 organizações foram homenageadas nesta segunda-feira (11), na Câmara do Recife, por iniciativa da vereadora Elaine Cristina (PSOL). “A reivindicação de direitos a partir da organização popular trouxe uma série de avanços para nossa legislação, como, por exemplo, a Lei Brasileira de Inclusão, a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, a inclusão de Agentes de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial nos estabelecimentos de ensino que possibilitam desenhar um caminho mais inclusivo e justo para essas pessoas”, disse.

A mesa de honra da solenidade foi presidida pelo vereador Eriberto Rafael (PP), e composta, também, pela presidente do Instituto Artur Vinicius (IAV), Fabiola Maciel.

Autora da iniciativa, a vereadora Elaine Cristina disse entender os desafios enfrentados por famílias formadas por pessoas atípicas porque também é uma mãe atípica. "É por isso que reconhecemos e valorizamos imensamente o incansável trabalho dessas organizações, que não apenas levantam a bandeira da igualdade, mas também proporcionam apoio prático e emocional às pessoas com deficiência e às suas famílias", afirmou. Ela destacou o impacto significativo das organizações na sociedade. "O trabalho não é fácil e, muito menos, simples de ser feito. Suas ações reverberam não apenas na esfera pública, mas também nos corações e nas vidas daqueles que, por muito tempo, foram marginalizados", pontuou.

De acordo com a parlamentar, as instituições homenageadas garantem o cumprimento dos direitos fundamentais e inspiram na construção de uma comunidade que celebra a diversidade e promove o acolhimento. "Por isso, em nome desta Casa Legislativa, expresso a minha profunda gratidão e aplaudo essas organizações visionárias. Que continuemos a colaborar, lado a lado, para construir um Recife onde todas e todos tenham a oportunidade de florescer, independentemente das diferenças".

Representando todas as organizações, a presidente do Instituto Artur Vinicius (IAV), Fabiola Maciel ocupou a tribuna e fez as suas considerações. Ela explicou que a ONG que representa tem o nome do seu filho, que estava presente na solenidade, e que trabalha, sobretudo, com o acolhimento das mães. "São tantas nomenclaturas que nos dão e eu costumo dizer que somos apenas mães", disse. De acordo com ela, o IAV tem um trabalho 100% voluntário e que atua na busca pelo direito das pessoas com deficiência, pessoas raras, pessoas neuroatípicas, na busca pelo olhar às pessoas invisibilizadas. "O IAV tem como propósito acolher essas mães e mulheres e, assim como ele, muitas outras instituições que estão aqui cumprem com maestria esse papel".

Fabiola Maciel destacou a importância da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência [Lei de número 13.146 de 6 de julho de 2015] como um divisor de águas na vida das pessoas com deficiência. "Tem muita coisa que a gente quer que aconteça, que saia do papel e chegue em nossas vidas, mas a Lei Brasileira de Inclusão, uma lei federal, que foi feita através de tantas mãos na convenção da ONU, foi um divisor de águas na vida e no segmento da pessoa com deficiência. Já em seu primeiro artigo ela levanta a barreira de que pessoas com deficiência são, antes de tudo, pessoas, e já quebra aquela história de portadores, de especiais, de coitadinhos. É a dignidade à pessoa. A pessoa que chega primeiro. O meu filho não é cadeirante, ele é uma pessoa usuária de cadeira de rodas".

De acordo com a presidente do IAV criticou também práticas capacitistas. "A Lei Brasileira da Pessoa com Deficiência diz que as pessoas com deficiência têm direitos e nós temos os deveres de cumpri-los. A cultura do capacitismo vem de uma forma muito violenta para a pessoa com deficiência, com doença rara, neuroatípica, e para toda a sua família. Convoco todos vocês a conhecerem essa lei e quebrar essa barreira do capacitismo, entendendo e percebendo que isso faz parte de cada um de nós. Se fala muito sobre essa teoria que temos de achar que o outro é capaz ou não de fazer, que possamos multiplicar a quebra da cultura do capacitismo e entender que as pessoas com deficiência chegam e irão aonde elas quiserem. O nosso papel é só respeitar e entender que eles têm os seus desejos e planejamentos", afirmou.

Organizações homenageadas:

• ALIANÇA DE MÃES E FAMÍLIAS RARAS (AMAR)

• ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DOS CEGOS DO RECIFE (ASSOBECER)

• ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE (AACD)

. ASSOCIAÇÃO DE FAMÍLIAS PARA O BEM-ESTAR E TRATAMENTO DA PESSOA COM AUTISMO (AFETO)

• ASSOCIAÇÃO DE MÃES DE ANJOS AZUIS

• ASSOCIAÇÃO DE PAIS, AMIGOS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DE

. FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL E DA COMUNIDADE (APABB)

• ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN

• ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DO CENTRO DE REABILITAÇÃO E

. EDUCAÇÃO ESPECIAL (APACREE)

• ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS (APAE)